Os estudantes da Universidade de São Paulo (USP) terão de deixar imediatamente o prédio da reitoria, que foi ocupado há 13 dias. O pedido de reintegração de posse, feito pela reitora Suely Vilela, foi entregue aos alunos no final da tarde desta quarta-feira por um oficial de Justiça. Se não saírem, a polícia poderá intervir. Segundo o secretário estadual de Ensino Superior, José Aristodemo Pinotti, os estudantes se excederam na manifestação. Eles pedem reformas urgentes nos prédios da universidade e nos alojamentos. Pedem ainda a contratação de professores, abertura de 600 vagas de moradia estudantil e querem que o governador José Serra retire a determinação que obriga as universidades a prestarem contas mensais à Secretaria da Casa Civil.
Cerca de 170 alunos ocupam desde o início do mês no prédio da reitoria. Nesta quarta-feira, eles tiveram o apoio dos funcionários da universidade que, além de entrar em greve por tempo indeterminado, se juntaram na ocupação do edifício. Os estudantes reuniram sacos de terra e lonas para forma uma barricada diante da entrada e os funcionários só puderam entrar no prédio entre 10h e meio dia para pegar pertences pessoais. Somente o funcionamento do hospital foi mantido. A Universidade de São Paulo (USP) reconhece o problema que os estudantes colocaram no You Tube sobre os prédios ( veja o vídeo). Segundo a universidade, a aguaceira na sala 9 do edifício da Geografia será reparada com as reformas e já existiria até um contrato assinado com empreiteira. O prazo para a execução da obra não foi informado.
A reitoria nega que o decreto do governador José Serra sobre remanejamento de verbas interfira na autonomia para a contratação de funcionários, uma das críticas dos estudantes. Em entrevista à rádio CBN, o secretário rebateu essas informações:
- A técnica que esse pessoal está usando é de falar uma mentira muitas vezes para se tornar verdade. Eu tenho ouvido declarações dos estudantes que nós proibimos a contratação de professores e no mesmo instante eu vejo um professor levantar a mão e dizer que isso é mentira, que nós estamos contratando normalmente. Existe uma central de divulgação de mentiras que está levando a uma situação irracional, inclusive, mantendo essa coisa que é puramente política de invasão da reitoria da USP - disse Pinotti.
Segundo o secretário, "os estudantes falam dos decretos, mas não falam do conteúdo" e que não há fato concreto que justifique a ocupação.
- Eu gostaria que alguém me dissesse qual o conteúdo, o item de um dos decretos que altera a autonomia ou a distribuição de verba. Muito pelo contrário - afirmou.
Os professores da USP decidiram nesta terça-feira que vão também fazer uma paralisação. Nesta quarta-feira, professores e funcionários devem ir às 10h até a Assembléia Legislativa pedindo a derrubada desses decretos. Segundo a reitora Suely Vilela, os deputados autorizaram nesta terça-feira a criação de 1.900 cargos de professores e doutores da USP, mas isso não significa a abertura de vagas. De acordo com a reitoria, a universidade só poderá contratar professores se tiver verba para isso. Por conta da medida, poderá haver o remanejamento de professores.
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