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Valmor Fellipeto, em depoimento à CPI dos Portos: Terminal de Fertilizantes em Paranaguá tem capacidade menor do que um navio de carga | Sandro Nascimento/Alep
Valmor Fellipeto, em depoimento à CPI dos Portos: Terminal de Fertilizantes em Paranaguá tem capacidade menor do que um navio de carga| Foto: Sandro Nascimento/Alep

CPI do SUS

Relatório é entregue ao ministro da Saúde

O deputado Marcelo Rangel (PPS) apresentou ontem em plenário os principais pontos levantados pela CPI do SUS, cujo relatório foi entregue ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha. De acordo com a comissão, os problemas na saúde pública do Paraná vão desde a má gestão dos recursos até a falta de um controle da ocupação dos leitos do SUS.

Segundo Rangel, as centrais de leitos precisam de um sistema integrado on-line, por meio do qual o cidadão possa saber de maneira rápida e eficiente em que hospitais há vagas disponíveis e onde é possível ter acesso a um melhor tratamento. "Há hospitais transbordando e superlotados de pacientes, enquanto outros estão às moscas. Mas esse é apenas um dos problemas apontados no nosso relatório, que encaminharemos ao Ministério Público e aos Tribunais de Contas do Estado e da União", afirmou.

No total, durante os quatro meses de trabalho, os integrantes da CPI visitaram 32 hospitais em 14 cidades do estado, o que resultou num relatório de cerca de 2 mil páginas.

Depoimentos prestados ontem à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Portos na Assembleia Legislativa do Paraná colocaram em dúvida a utilidade pública do Terminal Público de Fertilizantes, construído na gestão do ex-superintendente Eduardo Requião por cerca de R$ 20 milhões. Também foram criticados na sessão de ontem da CPI a falta de projetos e investimentos nos portos de Paranaguá e Antonina nos últimos anos.

No depoimento do empresário Valmor Fellipeto, superintendente da empresa Harbor Operadora Portuária, ele relatou como se deu o processo de chamamento público para utilização do terminal de fertilizantes, cuja modalidade de licitação e a exploração são questionadas pelo Ministério Público Estadual (MP). Em meio à construção do terminal, a Admi­­­nistração dos Portos de Para­­­naguá e Antonina (Appa) concedeu o uso dele a três empresas privadas que já operavam na área portuária do estado, entre elas a Harbor.

"O terminal tem capacidade para 20 mil toneladas, menos do que um navio carrega. Poste­­­riormente, fomos informados da possibilidade de interligação com nossos terminais e participamos do chamamento público. Sem isso, o terminal não tem objeto", afirmou Fellipeto.

Até agora, apenas uma das três empresas investiu no terminal devido ao imbróglio judicial envolvendo a sua construção. "Não há dúvida de que o governo investiu dinheiro público para beneficiar empresas privadas. Construíram um terminal público, com acesso dificílimo, sem ligação com a ferrovia, que só serve como adendo aos três terminais privados já existentes", afirmou o presidente da CPI, Douglas Fabrício (PPS). "O governo anterior tinha um discurso de priorizar o público, mas era só pra inglês ver."

Já Juarez Moraes e Silva, diretor-superintendente do Ter­­minal de Contêineres de Para­­naguá (TCP), destacou que o porto opera hoje com até 98% de taxa de ocupação, apesar de organismos internacionais determinarem a expansão das instalações quando esse índice atinge 60%. "A infraestrutura portuária é uma das prioridades do governo federal. O PAC 2 destinou R$ 5,2 bilhões aos portos e Paranaguá, o segundo maior do país, recebeu apenas a quantia simbólica de R$ 50 milhões, porque não tem projetos", disse Silva.

Hoje, a CPI vai ouvir o atual procurador jurídico da Appa, Maurício Ferrante, a respeito das ações trabalhistas contra o órgão, que atualmente ultrapassariam R$ 500 milhões.

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