Apontado pelo Ministério Público Estadual (MPE) como responsável pelo desvio de recursos na Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), o novo tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, diz que houve apenas "desequilíbrio financeiro" e nega que dinheiro da entidade tenha ido para campanhas eleitorais de seu partido. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Vaccari responsabiliza os próprios cooperados por não terem obtido as chaves dos imóveis que adquiriram.
Alegando mais uma vez que as denúncias fazem parte de uma "ação eleitoreira", ele diz que erros orçamentários demandaram o reajuste das "estimativas de custo". "O que existe é uma briga entre sócios", afirma. "Esse promotor quer sacanear comigo porque sou petista, tesoureiro do PT." Vaccari negou desvios para campanhas. "Não tem caixa 2 no PT. Eu nunca tive conhecimento disso", diz.
O petista contesta a informação de rombo de R$ 100 milhões, como estima o promotor de Justiça José Carlos Blat, da 1ª Promotoria Criminal da Capital. "Ele (promotor) em nenhum momento cita que teve acordo com a Bancoop. Um acordo judicial, transitado com o juiz", conta.
De acordo com Vaccari, quando assumiu a presidência da entidade foi feita uma auditoria contábil e de engenharia. "Os engenheiros disseram: 'Tem problema nos preços. É muito baixo. Com esse preço, vocês não constroem'", afirma. "Chamamos os cooperados e dissemos: 'Amigos, com esse dinheiro dá para fazer duas torres, não três. Auditem para verificar.' Alguns fizeram isso e estão tocando a vida. Outros não concordaram com o resultado."