Preso nesta quarta-feira (15) na Operação Lava Jato, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto disse a um de seus advogados que está “contrariado” e “inconformado” com sua prisão.
PT procura novo tesoureiro entre 86 dirigentes do partido
O nome do novo tesoureiro do PT, que vai substituir João Vaccari Neto, só deve ser definido na sexta-feira na reunião do Diretório Nacional da legenda. O substituto de Vaccari tem que ser escolhido entre os 86 integrantes do Diretório. A Executiva do partido está reunida nesta quinta-feira, em São Paulo, mas não tem poder para deliberar sobre o assunto.
A escolha do nome cabe à chapa vencedora da última eleição interna, a Partido que Muda o Brasil (PMB). Vaccari é réu em ação penal por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Ao chegar à reunião, o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), voltou a defender o tesoureiro afastado do partido. “Não tem nada contra ele. O afastamento é uma questão de foro íntimo” disse o deputado, ao chegar para a reunião da Executiva da legenda, em São Paulo. Sibá acrescentou que o afastamento só aconteceu por uma questão técnica”.
“Ele vinha respondendo [às acusações] em liberdade e não praticou nenhuma conduta inconveniente nesse período. Pelo contrário, sempre colaborou e esteve à disposição da Justiça”, disse o advogado Elias Mattar Assad, que visitou Vaccari na manhã desta quinta (16).
Segundo o defensor, apesar disso, o ex-tesoureiro, suspeito de ser um dos operadores do desvio de verbas na Petrobras, está “calmo e tranquilo”.
Vaccari disse estar dividindo a cela com outra pessoa (não detalhou com quem) e pediu roupas e itens de higiene pessoal, como escova de dentes.
Segundo o advogado Luiz Flávio Borges D’Urso, Vaccari pretende demonstrar, por meio de documentos e declarações do Imposto de Renda, que seu patrimônio e de sua família é compatível com suas atividades -esse foi um dos motivos que fundamentaram a prisão.
“Essa prisão não tem fundamentos jurídicos, e é injusta”, afirmou D’Urso. “Antes que seja demonstrada a origem dos recursos, fundamenta-se a prisão. Tudo tem origem lícita, foi declarado e isso vai ser demonstrado.”
Vaccari nega envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras, e diz que não foi beneficiário de recursos ilegais.
Segundo a ordem de prisão preventiva, cinco delatores apontaram o ex-tesoureiro como operador do esquema de corrupção na Petrobras. Disseram que ele ordenava que se fizessem doações legais ao PT e depósitos a uma gráfica ligada a sindicatos a título de pagamento de propina.
O advogado nega. “Isso não é verdade. Ele nunca pediu esse tipo de doação, não tem nada a ver com a gráfica”, afirmou D’Urso. “Palavra de delator não é prova.”
A defesa de Vaccari deve impetrar um habeas corpus, para tentar libertar o cliente, até esta sexta (17).
A cunhada de Vaccari, Marice Corrêa de Lima, que tem um mandado de prisão temporária contra si desde quarta (15), ainda não foi encontrada pela polícia e é considerada foragida. A reportagem não localizou seus advogados.
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