Há pouco mais de quatro horas começou a CPI da Petrobras que vai ouve o depoimento do tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Este é considerado o principal depoimento realizado até agora pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras na Câmara.
Vaccari começou o depoimento dando uma palestra, com direito a apresentação de slides, sobre a arrecadação dos partidos e mostrando que outras legendas também ganharam recursos das empresas investigadas na Operação Lava Jato.
Quando entrou na sala da comissão, gouve tumulto, por conta de uma caixa de ratos solta logo após a entrada do petista, conforme informa o jornal Folha de S. Paulo.
Homem que soltou roedores na CPI da Petrobras é identificado
Márcio Martins de Oliveira tem cargo de natureza especial (CNE), ou seja, um cargo de confiança no gabinete do deputado Fernando Giacobo (PR-PR)
Leia a matéria completaLogo após a entrada de Vaccari, cercado por seu advogado e uma dezena de parlamentares petistas para demonstrar força e apoio interno, um homem abriu uma caixa e soltou seis ratos no plenário da CPI. O ato irritou petistas.
O homem foi levado por agentes da Polícia Legislativa. O presidente da CPI , Hugo Motta (PMDB-PB), pediu que os envolvidos sejam identificados.
“Infelizmente tivemos um procedimento infeliz, mas já tomamos as providências. Quero deixar bem claro que nada nos impedirá de dar prosseguimento à reunião. Tivemos procedimento infeliz e nós vamos seguir com a oitiva do senhor Vaccari”, disse.
O deputado Jorge Solla (PT-BA) acusou o deputado delegado Waldir (PSDB-GO) de ser o responsável pelos episódio.
“Isso não pode passar despercebido. O deputado delegado deu a deixa para um comparsa soltar os ratos. Quero que isso conste na ata”, disse o petista.
O tucano reagiu e eles bateram boca. “Acabei de ser acusado e quero que ele prove isso. Não estou armado aqui. Vou processar ele. Gostaria de estar com algema para prender bandidos aqui”.
Os dois parlamentares trocaram gritos de “bandido é você”.
Relator da CPI, o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) reclamou do que chamou de “circo armado”. “Quero deixar aqui minha insatisfação com a ação encomendada que depõe contra o parlamento. O circo armado mostra o nível que nos encontramos. Aqueles que reclamam da aprovação do governo, mas as pesquisas mostram que a aprovação do Parlamento é ainda pior. Este circo armado que depõe contra o parlamento, que é essencial à democracia e ao debate.”
Vaccari foi denunciado por lavagem de dinheiro pelo Ministério Público e é acusado de receber propinas de empresas contratadas pela Petrobras. Ele nega as acusações, feitas por delatores da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Vaccari é apontado nos depoimentos dos delatores Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa, Eduardo Leite e Pedro Barusco como operador do PT no esquema de pagamento de propinas. Vaccari seria ligado ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, que negou à CPI envolvimento no esquema.
O tesoureiro do PT está protegido por um habeas corpus concedido ontem pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, e tem o direito de permanecer calado. Mesmo assim, ele pediu um computador à secretaria da CPI para apresentar um power-point.
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