O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, afirmou em depoimento à CPI da Petrobras, na manhã desta quinta-feira, que nunca tratou de finanças com o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco ou com o doleiro Alberto Youssef. Os dois são delatores da Operação Lava Jato e o acusam de ter recebido recursos decorrente de propinas pagas por empreiteiras da Petrobras. Na chegada de Vaccari à sala da comissão um homem abriu uma caixa e soltou ratos dentro do plenário. O homem foi detido pela Polícia Legislativa e os animais capturados. O homem foi identificado como sendo o servidor da Câmara Márcio Martins Oliveira. Márcio é lotado na 2ª Vice-Presidência da Câmara.
Vaccari fala sobre arrecadação dos partidos na CPI
João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, começou a falar na sessão da comissão que investiga os desvios na estatal; houve confusão com ratos soltos na sala, na entrada do depoente
Leia a matéria completa– Eu conheci Pedro Barusco quando ele já estava aposentado. Quem me apresentou foi o senhor Renato Duque. Foi um jantar. Tive poucos contatos. Ele nunca fez parte da minha intimidade. Nunca tratei com ele assuntos sobre finanças do partido ou sobre finanças. Sempre havia mais pessoas junto e, às vezes, o Renato Duque – disse Vaccari.
– Eu conheci Alberto Youssef casualmente há muitos anos. Não tenho relacionamento com ele. Nunca tratei de finanças do PT ou de finanças em geral com ele – afirmou o tesoureiro do PT.
Vaccari disse ainda nunca ter tratado do tema com os ex-diretores Renato Duque e Paulo Roberto Costa. Já em relação aos empresários presos na Lava-Jato, ele afirmou que os contatos foram para tratar de contribuições ao PT, mas sempre sobre doações legais.
Em seguida, Vaccari afirmou que uma transferência de R$ 400 mil para uma conta de sua esposa feito em 2008 pelo empresário Cláudio Mente tratava-se de um empréstimo. Mente é apontado por Youssef como um dos operadores do pagamento de suborno na estatal. Vaccari alegou que o empréstimo foi quitado no ano seguinte, e que as informações constam de suas declarações de imposto de renda.
Em sua apresentação inicial, ele defendeu a legalidade das doações recebidas pelo partido. Ele destacou em gráficos pque os recursos repassados por empreiteiras alvo da Operação Lava-Jato teriam doado em termos percentuais quantias semelhantes a PSDB e PMDB. No entanto, ao apresentar o gráfico do PT ele mesmo reconheceu que a representação das porcentagens estava distorcida.
PT X PSDB
Antes do inicio do depoimento, o líder do PT, Sibá Machado (AC), saiu em defesa de Vaccari. Machado afirmou que quem defende a saída de Vaccari do cargo está “fora do eixo”.
– Quem diz isso está fora do eixo. O petista que disser isso está fora do eixo. Isso é um absurdo e será uma pré-condenação – afirmou.
O líder disse que o pedido de habeas corpus feito pelo tesoureiro tem por objetivo apenas evitar que ele pudesse receber voz de prisão durante a CPI. Machado afirmou que Vaccari vai responder aos questionamentos que lhe forem feitos. O tesoureiro já está na Câmara na sala da comissão, aguardando a chamada para prestar depoimento.
Machado afirmou que a oposição quer fazer um circo e disse que o PT está levantando informações para fazer o enfrentamento com o PSDB.
— Se é guerra, então vamos para a guerra – disse.
O líder petista afirmou que deseja investigar as suspeitas de cartel nos metrôs de São Paulo e Salvador e a manutenção de contas na Suíça por integrantes da cúpula tucana dentro do caso conhecido como “Swissleaks”. Reportagem do GLOBO e do UOL mostrou que Márcio Fortes, da executiva tucana, é um dos políticos que aparece na lista de contas secretas no HSBC de Genebra.
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