"O PT não perdeu a sua identidade."
Do deputado André Vargas, presidente do partido no Paraná, ao analisar a adesão dos petistas à candidatura reeleitoral do governador Roberto Requião.
Já estaria praticamente assegurada a vitória do deputado Nélson Justus (PFL) para a presidência da Assembléia Legislativa. Embora filiado ao PFL, ele contrariou a orientação do partido e apoiou a reeleição de Roberto Requião. Por isso conta com a simpatia do governador.
Mas o que mais pesa a favor de Justus, segundo diz um experiente parlamentar, é o fato de seu principal adversário, o deputado Nereu Moura, não ter conseguido sequer apoio da maioria dos colegas de seu próprio partido, o PMDB. Sem unanimidade na própria bancada, Moura encontra dificuldades para cabalar votos nas outras.
Um dos fatores que conspiram contra sua intenção de se tornar presidente é a presença de seu nome numa rumorosa denúncia de desvio de salários de funcionários de seu gabinete. Como ainda não conseguiu convencer os colegas de sua inocência, encontra dificuldades para pedir-lhes voto.
E mais: o peemedebista Alexandre Curi, enfant gaté do governador Requião, forma dupla com Nélson Justus e preencherá uma vaga ainda mais cobiçada pelo PMDB do que a própria presidência da Casa. Para ele, já está destinada a estratégica primeira-secretaria cargo da Mesa que fez de seu avô, o falecido deputado Aníbal Khoury, um dos mais poderosos políticos do estado.
Muito embora venha transmitindo recados de que não quer se intrometer na eleição da Assembléia, Requião deve bater o martelo nesta semana em favor da chapa Nélson Justus/Alexandre Curi. Será uma de suas prioridades nestes primeiros dias desde que se ausentou do estado há quase três semanas.
Olho vivo
Segredo 1 O secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, continua respondendo a um processo criminal para apurar se ele cometeu crime de interceptação e divulgação de conversas telefônicas protegidas por segredo de Justiça. Decisão nesse sentido foi tomada na quinta-feira pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Segredo 2 Tudo começou quando o atual secretário era ainda promotor da Promotoria de Investigações Criminais (PIC) e acusou o então chefe da Casa Civil do governo Lerner, José Cid Campêlo Filho, de ter regulamentado o funcionamento dos bingos em benefício próprio, pois também supostamente seria dono de casas de bingo. Na ocasião, Delazari divulgou para a imprensa as conversas de Cid, gravadas mediante grampo telefônico.
Segredo 3 Campêlo apresentou queixa-crime contra Delazari. Depois de tramitar na Justiça estadual, a queixa acabou agora sendo julgada pelo STJ, que considerou haver evidências de crime de quebra de segredo de Justiça. E mandou que o processo contra Delazari tenha seguimento até o esclarecimento final.
Anistia 1 Alegria entre inadimplentes e sonegadores em geral de impostos estaduais: está tramitando na Assembléia Legislativa projeto dos deputados Hermas Brandão e José Domingos Scarpellini que concede descontos progressivos de juros e multas para os contribuintes que estiverem em dificuldade para quitar débitos em atraso.
Anistia 2 A intenção dos parlamentares parece ser nobre. Eles acreditam que, se aprovado, o projeto vai propiciar aumento da arrecadação estadual e revitalizar as pequenas empresas. Os bons pagadores morrerão de inveja.