Elo do governador com a Assembléia Legislativa, o chefe da Casa Civil, Caíto Quintana, garante que Requião disputa a reeleição no Paraná e vai ajudar o PMDB a fazer a bancada majoritária no Legislativo. Quintana foi eleito para mais um mandato de deputado estadual em 2002, mas nessa legislatura dedicou-se ao Poder Executivo, compondo o primeiro escalão do governo estadual desde o começo. Para as eleições deste ano, porém, ele garante que seus planos serão outros. Vai disputar mais uma vez uma vaga na Assembléia e se conseguir se reeleger, pretende concorrer à sucessão de Hermas Brandão (PSDB) na Presidência do Legislativo.

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Uma possível candidatura do governador Roberto Requião à presidência da República, neste ano, prejudicaria o desempenho eleitoral do PMDB no Paraná?No Paraná nós temos certeza de uma situação: o Requião é candidato ao governo do estado. É verdade que tem recebido solicitações, convites de lideranças nacionais do PMDB para que concorra à presidência da República, no entanto, a decisão do governador é pela reeleição. Até porque há um projeto administrativo iniciado no Paraná que terá de ser concluído. Tivemos muitos problemas no início do governo, com definições de prioridades, contratos extintos, recuperação da economia e brigas judiciais. Agora, o estado passa a viver um momento de maior tranqüilidade.

Nesta eleição, a oposição tem dito que tem dois pontos contra o governador: o pedágio e o fato de ele ter apoiado o presidente Lula. Como o partido vai trabalhar com essas críticas durante a campanha?Aqueles que falam do pedágio, com acusações do tipo que nós não termos conseguido acabar com ele, esquecem de duas coisas: primeiro que foram eles que criaram o pedágio, e não nós. Outra é que nós temos processos em andamento em todas as esferas do Judiciário, mantendo uma luta que só vai terminar quando conseguirmos reverter essa situação. O governo se comprometeu e está cumprindo a promessa de lutar, tanto que conseguimos, por vários momentos, não deixar que as tarifas subissem.

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A reeleição será uma tarefa difícil?A reeleição do governador hoje é uma possibilidade forte e muito boa. Tanto que há pesquisas que mostram aprovação de 83% ao governo estadual. Isso significa índice de satisfação. E os adversários que concorrerão com o Requião até agora não se apresentaram. Mas é claro que virão com as armas que têm. Daqui a pouco o quadro estará preenchido e haverá candidatos. A eleição é boa, mas não contamos com ela como um fato definido. Temos de esperar o julgamento popular.

Quem seria hoje o maior adversário para o governador Roberto Requião?Não há preferência quanto aos nomes que vierem disputar contra o governador Requião.

O PSDB seria um adversário possível ou existe de uma aliança com o PMDB como o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão, já declarou?O PSDB tem nomes fortes. O senador Alvaro Dias é um provável candidato, por exemplo, mas tem um problema que é vencer a disputa dentro do partido. Quanto a uma possível coligação do PMDB com o PSDB, hoje não há essa cogitação, até por que há a verticalização. Agora, se cair a verticalização, todas as possibilidades existem, até por que há figuras importantes no PSDB que defendem isso, como o próprio Hermas Brandão.

O PSDB discute nomes como o de José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves para disputar a Presidência da República. O governo do Paraná está mais próximo de quem neste panorama? Continua próximo ao presidente Lula?O Paraná teve sempre uma característica com todos os governadores, principalmente com o Requião, que é não ter tido nunca muita dependência do governo federal. O Paraná nunca foi um estado dependente da União para decidir suas questões internas. Portanto, o Paraná vai manter boa relação com qualquer um deles e vai defender benefícios para o Paraná.

O senhor é candidato à reeleição para deputado estadual. Muitos deputados comentam que a sua votação deverá ser expressiva porque teve a vantagem de ser chefe da Casa Civil. O senhor acredita nisso?Não vejo assim. Se formos analisar os candidatos a deputados estaduais, tanto os que vão à reeleição quanto os que vão entrar agora na disputa, há um número muito elevado de candidatos com alto potencial eleitoral. Vai se eleger quem não falhar, trabalhar muito e honrar compromissos. Eu vou lutar até o último voto para ser bem votado, mas não significa ser o mais votado.

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O senhor sonha ser presidente da Assembléia Legislativa?A presidência da Assembléia Legislativa é um sonho de 54 deputados. Todo parlamentar gostaria de exercer a função. Tenho seis mandatos e já exerci todos os cargos dentro da Casa, inclusive a própria presidência. Mas quem decide são os parlamentares eleitos. É uma nova eleição. Tenho vontade, mas precisamos lutar para eleger o presidente da Casa, que esteja em boa sintonia com o Executivo.

Neste ano eleitoral a liderança do governo na Assembléia Legislativa continua com o deputado Dobrandino?O Dobrandino está prestando um serviço ao governo, já que é também presidente estadual do PMDB e tem um trabalho forte este ano. A liderança do governo é de escolha exclusiva também do governador.

Haverá renovação de nomes na Assembléia Legislativa?Não creio, porque os atuais deputados são atuantes e representam municípios importantes, que dão retorno no apoio eleitoral. Os candidatos novos terão dificuldades.

Com a crise política a renovação na Câmara Federal deverá ser grande?Vai depender em muito da finalização dos relatórios das CPIs. E da imputação de penalidades às pessoas envolvidas. Da mesma forma que esta convocação extraordinária prejudicou a imagem do Congresso, pois há um recesso dentro do recesso. Mas com a votação da diminuição do recesso parlamentar e a não remuneração das convocações extraordinárias, haverá uma melhora na imagem. Caso isso não ocorresse, os parlamentares enfrentariam ainda mais sérios problemas.

No fim de março termina o prazo de desincompatibilização para os membros do Executivo que serão candidatos. Como está sendo o processo de mudança do secretariado?O governador respeita a vontade de cada um, tanto que há quem decidiu sair antes do fim de março. A escolha de novos nomes caberá única e exclusivamente ao governador. E pode ser o nome de um técnico da área ou não. Eu fico até março.

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