Integrantes da Força Sindical e da CUT ocuparam as galerias da Assembleia| Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo

Vaias de sindicalistas a representantes da classe empresarial acabaram com a discussão sobre o projeto de reajuste do salário mínimo regional ontem na Assembleia Legislativa. Inte­­grantes da Força Sin­­dical e da Cen­­tral Única dos Trabalhadores (CUT) foram acusados de serem os pivôs da suspensão da audiência pública que estava sendo realizada para debater a proposta do governo do estado de aumento do piso regional, que varia de 11,9% a 21,5%. A sessão especial havia começado há 40 minutos quando foi suspensa pelo pre­­sidente da Comissão da Cons­­tituição e Justiça (CCJ), Durval Ama­­ral, que comandava os trabalhos.

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A interrupção ocorreu durante a fala do quarto convidado a usar a tribuna, a presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Avani Slomp Rodrigues. Ela fazia um alerta para os reflexos que o aumento salarial pode provocar na economia, quando foi interrompida por vaias de representantes das sindicais de trabalhadores.

O presidente da CCJ, Durval Amaral, ameaçou suspender a audiência pública se os ocupantes das galerias não fizessem silêncio durante os pronunciamentos. Como não foi atendido, encerrou os trabalhos. Ele defendeu inclusive o cancelamento das próximas audiências públicas, marcadas para o dia 25, em Londrina e Maringá. Segundo Durval Amaral, os mesmos manifestantes participaram da audiência pública, realizada em Foz do Iguaçu, na última sexta-feira.

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O cancelamento agradou aos empresários, mas irritou os representantes dos sindicatos. "Que­­­riam um motivo para não aprovar o projeto de reajuste e encerraram a sessão porque não tinham mais argumentos contra o projeto", declarou o presidente da CUT, Sérgio Butka, que considerou a decisão infeliz. Segundo Butka, as centrais sindicais se manifestaram porque os empresários contrários ao piso estariam tendo mais tempo para usar a tribuna do que os defensores do aumento. O prazo para cada orador foi fixado em 5 minutos. O líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), disse que Durval Amaral é "equilibrado", mas teria praticado um ato impensado. "Não dá pra fazer audiência pública sem manifestações contra ou a favor", argumentou.

Com o novo aumento proposto pelo governo, a faixa salarial, que atualmente varia de R$ 605,52 e R$ 629,45 vai passar para R$ 663,00 e R$ 765,00. O piso é pago aos trabalhadores que não têm acordo coletivo e está dividido em quatro faixas salariais, dependendo da categoria profissional.