O empresário Marcos Valério disse nesta terça-feira à CPI do Mensalão que levou "um cano" durante a campanha pelo governo de Minas Gerais em 1998. A pedido do empresário Clésio Andrade, que foi candidato a vice na chapa de Eduardo Azeredo (PSDB) no pleito, e pelo seu "bom relacionamento" com o Banco Rural, conseguiu com a instituição financeira um empréstimo de R$ 9 milhões para os tucanos. Mas o valor nunca foi pago a Valério.
- Em 98 eu levei um cano literalmente. Estou brigando na Justiça - afirmou Valério.
Questionado pelo deputado Paulo Baltazar (PSB-RJ) se o "cano" não o desestimulara a fazer uma novo empréstimo, dessa vez ao PT, sem garantia e com um valor ainda mais alto (R$ 55 milhões), acreditando que receberia o dinheiro de volta, Valério respondeu:
- Vamos combinar, a partir do momento que os bancos não cobraram os juros eles sabiam para onde estava indo o dinheiro(...) Depois do cano, pedi que o Delúbio (Delúbio Soares, tesoureiro licenciado) assinasse um documento. Mas ele me mostrou a arrecadação do PT de R$ 50 milhões, e até que o valor subiria. Ele estava até pensando em mudar a sede do PT. Como eu não confiaria no tesoureiro?
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