O publicitário Marcos Valério e o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares estão chantageando o governo e o PT. A informação foi veiculada nesta sexta-feira na Folha Online e no Blog do Noblat. Segundo a reportagem do jornalista Kennedy Alencar, da Folha, Valério e Delúbio teriam enviado recados pedindo dinheiro para não revelar supostos fatos novos que levariam a crise política a se agravar novamente no aspecto investigativo.
Ainda segundo a Folha, Valério reclama que seja honrada pelo menos parte dos empréstimos que diz ter feito a Delúbio e que são confirmados pelo ex-tesoureiro do partido. A quantia de R$ 20 milhões teria sido mencionada em recente conversa de Valério com Delúbio.
Nas contas do publicitário, ele emprestou R$ 55 milhões ao PT. No entanto, disse a Delúbio que gostaria de fazer um acordo para receber parte do dinheiro e não incomodar o governo e o partido com eventuais revelações novas.
Já Delúbio exigiu e obteve da nova direção do partido o compromisso de que seu advogado e o de Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT, sejam pagos pelo partido. Delúbio pediu ainda ajuda financeira para sobreviver no médio prazo. Diz que ficará sem dinheiro para pagar contas e que sua família não é rica.
Valério nega chantagem
Ainda, de acordo com a Folha Online, empresário Marcos Valério negou, por meio de nota à imprensa, que tenha chantageado o governo federal ou o PT para receber os empréstimos feitos ao partido, no valor de R$ 55,9 milhões.
Leia abaixo a íntegra da nota:
"A propósito de matéria publicada na edição de hoje (28/10) da Folha de São Paulo, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza nega, veementemente, que esteja chantageando o Governo Federal ou o Partido dos Trabalhadores ou enviando recados, visando receber do PT os empréstimos, que totalizaram R$ 55,9 milhões (valores nominais), feitos através das empresas SMP&B Comunicação, Graffiti Participações e Rogério Lanza Tolentino Associados e devidamente registrados nas respectivas contabilidades.
Para cuidar tanto das defesas nas diversas execuções já ajuizadas pelo Banco Rural e pelo BMG, em que são cobrados os R$ 55,9 milhões (com correção monetária), quanto para tomar todas as providências juridicamente cabíveis, a fim de recuperar os recursos emprestados ao PT, foi contratado o escritório Rodolfo Gropen Advocacia.
Destaca-se que o ex-tesoureiro do Partido, Delúbio Soares, declarou repetidas vezes, na acareação realizada ontem na CPMI da Compra de Votos, que solicitou, em nome do PT, os empréstimos a Marcos Valério, na exata quantia registrada na lista entregue anteriormente pelo empresário mineiro à Procuradoria Geral da República, à Polícia Federal e às CPMIs dos Correios e da Compra de Votos."
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