O empresário Marcos Valério disse, em depoimento nesta terça-feira à CPI do Mensalão, que o então ministro da Casa Civil, José Dirceu, sabia das operações de empréstimo ao PT e que deu o aval para o repasse das verbas de, segundo ele, R$ 55 milhões.
Perguntado pelo deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), relator da CPI, sobre as garantias dadas para que ele, "empresário experiente", aceitasse fazer os empréstimos sem o risco de prejuízo, Valério respondeu:
- Boa pergunta. Vou responder com a maior sinceridade. Segundo o Delúbio Soares (tesoureiro licenciado do Partido dos Trabalhadores), o PT tinha uma arrecadação de R$ 50 milhões anuais. Esse valor cresceria com a participação do partido no governo.
- É a primeira vez que eu vejo uma importância dessa ordem emprestada a um partido sem uma carta de garantia - interveio o relator. - Por amizade pelo Delúbio o senhor correu o risco? - perguntou.
- O chefe da sua empresa se vira para você e pede um empréstimo de R$ 10. Você sabe que ele tem condições de pagar. Aí fica difícil você negar. É como se uma pessoa me pedisse um empréstimo do partido do governo e eu não tinha condições de negar. Mas se o senhor me pergunta se o aval do senhor José Dirceu foi dado eu digo que não, mas foi confirmado para mim pelo senhor Delúbio.
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