O empresário Marcos Valério revelou na CPI do Mensalão detalhes dos empréstimos de R$ 9 milhões feitos para favorecer a coligação do PSDB na campanha pela reeleição do então governador Eduardo Azeredo, em 1998, e provocou acusações entre petistas e tucanos. O deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) afirmou que há diferenças entre os dois processos e que a exigência do PT de ouvir Azeredo, por considerar que como candidato majoritário deveria saber, pode ser aplicada ao caso atual. Nesse caso, disse Paes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também poderia ser acusado de saber do esquema.
- É muita cara de pau! Está cada dia mais claro que o presidente Lula era o grande comandante. O processo em relação a Azeredo foi em 1998 e com o vice dele, Clésio Andrade, como o dono da empresa (SMP&B). Agora foram dois anos e meio de governo com mensalão - comparou Paes.
A senadora Ana Júlia (PT-PA) fez questão de tirar de Marcos Valério quem era o cabeça do esquema mineiro, quem o inventou. O empresário respondeu que quem o procurou foi Clésio, que era presidente do PFL à época e candidato a vice na chapa de Azeredo.
- É bom que as pessoas percebam essa operação, que vem de antes. Quando a gente vier a passar o Brasil a limpo, não podemos deixar uma sujeira só porque ela é velha - disse Ana Júlia.
- Lá (em Minas Gerais), o objetivo era eleitoral, específico e se concluiu no dia da eleição: criou-se um mecanismo para financiar a campanha de segundo turno. A montagem que temos hoje incluiu a estrutura de governo, com o envolvimento da direção do PT e o objetivo é manter o poder e ampliá-lo em todas as instâncias - rebateu o líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP).
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