Brasília (Folhapress) – O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza leu para os parlamentares da CPI do Mensalão duas listas de pagamentos feitas pelas suas empresas. A primeira lista contém os nomes das pessoas que sacaram recursos das suas contas em 2003 e 2004, e já tinha sido revelada pela gerente administrativa da SMP&B, Simone Vasconcelos, em depoimento à Polícia Federal. A segunda contém 75 supostos beneficiários de saques feitos em 1998 das contas das empresas de Marcos Valério – a maioria políticos do PSDB mineiro.

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A lista de 2004 confirma os nomes de Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL, que teria recebido o valor de R$ 10,837 milhões; o publicitário Duda Mendonça e sua sócia Zilmar Fernandes, R$ 15,5 milhões; o ex-líder do PT Paulo Rocha, um total de R$ 920 mil; Márcio Lacerda, ex-secretário-executivo do ministro Ciro Gomes, R$ 457 mil.

Já a relação de 1998 apresenta 79 saques no valor total de R$ 1,805 milhão (veja box). Entre os principais sacadores da lista estão a ex-senadora Júnia Marise (1991–1999), do PDT de MG, no total de R$ 200 mil. Marcos Valério disse que emprestou R$ 9 milhões para a campanha de Minas Gerais. Para o PT, o publicitário alega que o valor total do empréstimo é de R$ 55,217 milhões.

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Para o vice-presidente da CPI do Mensalão, Paulo Pimenta (PT-RS), a lista de saques e os detalhes da operação feita em 1998 tinha sido a grande novidade introduzida por Marcos Valério em seu depoimento até o fechamento desta edição. "O fato foi a demonstração de que a operação de 2003/2004 é exatamente igual à de 1998", disse ele.

Marcos Valério confirmou ainda a ajuda na campanha do ex-presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), quando ele foi eleito em 2003. "Não fiz nada que eu me envergonhasse na eleição de João Paulo Cunha. Não existe mar de lama em tudo que eu faço. Eu errei nos empréstimos, mas o resto da minha empresa é saudável", disse o empresário.