O ferroviário mineiro Jonas de Pinho morreu no dia 31 de dezembro de 1999, aos 81 anos, de choque séptico, pneumonia e doença pulmonar obstrutiva crônica, como atesta a sua certidão de óbito. Porém, relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) entregue à CPI dos Correios informa que, três anos e sete meses depois de sua morte, Jonas de Pinho aparece como responsável por um saque de R$ 152.875 da conta da agência SMP&B, do publicitário Marcos Valério, na agência Assembléia (Belo Horizonte) do Banco Rural.
Segundo matéria publicada nesta quinta-feira(14) no jornal O Globo, a morte de Jonas foi comunicada no dia seguinte, 1 de janeiro de 2000, pelo securitário Carlos Augusto de Melo, ao cartório do 4 Subdistrito de Belo Horizonte, que expediu a certidão de óbito. Bancos de dados públicos confirmam a morte do ferroviário, cuja aposentadoria fora suspensa na data de sua morte, substituída por pensão paga até hoje a sua viúva, Marlene de Pinho.
O documento do Coaf, contudo, informa que, no dia 16 de julho de 2003, um cidadão que se apresentou como Jonas de Pinho forneceu o CPF do ferroviário (051297966-91) e sacou o dinheiro em espécie da conta da SMP&B (06002595-2). Como o valor era elevado, ele teve de declarar a razão do saque. Alegou que os recursos seriam destinados "ao pagamento de folha de pessoal". Curiosamente, a conta da agência de publicidade foi aberta no dia 31 de março de 2000, três meses depois da morte do ferroviário.
A CPI dos Correios vai investigar a suspeita de que documentos de Jonas foram usados em saques de dinheiro. O ferroviário deixou dois filhos, um deles também chamado Jonas, que trabalha na agência de publicidade mineira I-3. O senador Cesar Borges (PFL-BA), integrante da CPI, disse que convocará Marcos Valério para explicar o saque feito por Jonas.
Procurada em sua residência, no bairro Aeronáutica, em Lagoa Santa, na Grande Belo Horizonte, a viúva Marlene atendeu o interfone tentando se passar pela empregada doméstica e dizendo que a patroa não estava em casa, e que não sabia nada sobre a vida dela. Mas perguntada se poderia ir ao portão, se recusou e em seguida desligou o aparelho.
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