O deputado federal André Vargas (sem partido-PR) reassumiu ontem o seu mandato na Câmara dos Deputados. Acusado de envolvimento com o doleiro preso Alberto Youssef, pivô de um esquema de lavagem de dinheiro, o parlamentar retorna à Casa para se defender em uma investigação no Conselho de Ética.Apesar de ter reassumido o cargo, Vargas não compareceu a nenhuma votação de ontem do plenário da Câmara.
Em um documento entregue à direção da Casa, o deputado pede sua reinserção no quadro parlamentar e a permissão para que volte a participar das votações nas comissões e no plenário. Vargas pediu licença do cargo em 7 de abril, após as denúncias de que ele viajou com a família em um jato fretado pelo doleiro e de que utilizou sua influência política para ajudar os negócios de Youssef no governo federal.
Acusado de quebra de decoro parlamentar, Vargas tem dez dias para apresentar sua defesa no Conselho de Ética. Ele foi notificado anteontem da abertura do processo que pode levá-lo à cassação em publicação no Diário Oficial da União. O conselho havia tentado notificar Vargas pessoalmente por cinco vezes, conforme determinam as regras da Casa, mas ele não foi localizado. O parlamentar poderá apresentar a sua defesa por escrito.
O processo de cassação foi instaurado em abril com base em uma representação protocolada por PSDB, DEM e PPS. Se o conselho entender que Vargas feriu o decoro parlamentar, ele pode ser cassado.
No Supremo
A Justiça Federal no Paraná enviou um parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) informando que a Polícia Federal concluiu que o conteúdo das mensagens trocadas entre o deputado Vargas e Youssef "tem possível caráter criminoso". O caso foi remetido ao STF porque o paranaense, por ser deputado, tem direito a foro privilegiado.
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