Irritado com o vazamento do depoimento do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) dado na semana passada na Polícia Federal do Rio, no qual Jefferson confirmou ter recebido R$ 75 mil durante a campanha de 2002 do ex-diretor de Furnas Dimas Toledo, o advogado Luiz Francisco Corrêa Barbosa disse que iniciou o depoimento desta quarta-feira perguntando ao delegado responsável pelo caso se no prédio da PF funcionava o comitê central da campanha eleitoral do PT. Barbosa explicou que depois de duas horas de conversa se convenceu de que a investigação conduzida pelo delegado Luiz Flávio Zampronha é isenta.
O advogado disse que suas suspeitas surgiram porque a confirmação do recebimento do dinheiro ocorreu depois que o ex-deputado foi confrontado com uma lista que conteria o nome de mais de 150 parlamentares, a maior parte deles da base do governo passado. A Polícia Federal investiga a autenticidade da suposta lista que teria sido assinada pelo próprio Dimas. O ex-diretor da estatal, entretanto, nega ter feito o levantamento com contribuições para políticos e empresas doadoras que prestariam serviços a Furnas.
- Só descobrimos que aqui não é a sede do comitê central do PT. Se a tal lista tem todo mundo do PSDB e não tem ninguém do PT, isso nos sugere um ato de campanha. Como aquilo favorece pelo menos por omissão, isso nos levou a crer que aqui era o comitê do PT. O delegado foi que me convenceu de que era isento - afirmou Barbosa, explicando sua irritação com o vazamento do depoimento e suas dúvidas sobre a isenção dos investigadores.
Jefferson confirmou ter recebido os recursos de Dimas Toledo em depoimento na semana passada na Polícia Federal do Rio. Segundo Barbosa, o ex-deputado está depondo como testemunha em quatro inquéritos na PF. Indagado se a origem dos recursos recebidos por Jefferson de Dimas é de um esquema de corrupção, o advogado respondeu:
- Eu não sei a origem dos recursos, por isso não posso dizer que seja um esquema de corrupção.
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