Ficar muito tempo em frente ao computador pode ser um problema. Especialistas advertem: existe uma doença a Síndrome da Visão do Computador que pode ser evitada com cuidados simples e com uma ginástica diferente.
O problema estava na cara, mas a funcionária pública Sandra Batista só descobriu depois de ir ao médico. O diagnóstico foi a síndrome da visão do computador. Os olhos ficam vermelhos, irritados e intolerantes à luz. Os sintomas são atribuídos aos seis anos de trabalho a frente de um computador. "No começo, eu não percebia, porque o uso (do computador) não era tão freqüente. À medida que passei a usar mais, fui observando os sintomas", diz Sandra.
Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, 9% dos pacientes que procuram os médicos com sintomas semelhantes têm a síndrome. A principal causa da doença é olhar tempo demais para o mesmo ponto. A pessoa pisca pouco, os olhos ficam sem lubrificação e acabam ressecados.
Uma das maneiras de evitar o problema é deixar a tela do computador mais baixa que os olhos. "Com isso, diminuirá a área de exposição e a evaporação da lágrima. Outra coisa importante é lembrar que é preciso piscar. Quem fica em frente ao computador pisca pouco", diz o oftalmologista Flávio Rocha. "Normalmente, a gente pisca de 10 a 15 vezes por minuto. Quem faz essa atividade pisca quatro ou cinco vezes no mesmo período."
O alerta dos médicos chegou às empresas de Uberlândia (MG), que decidiram criar a "hora do pisco": são intervalos durante as jornadas de trabalho para que os funcionários possam piscar os olhos.
Em uma empresa de telemarketing, os empregados param três vezes por dia para fazer ginástica com os olhos. "A gente orienta também que a cada uma hora, eles olhem para o horizonte. É como se a musculatura dos olhos tivesse um descanso", comenta a fisioterapeuta Carolita Vasconcelos.
As recomendações médicas também mudaram a rotina nas empresas caseiras. Bordadeiras e costureiras criaram intervalos a cada duas horas. Elas fazem um lanche e descansam os olhos. "Nós temos os nossos limites. Então, a gente não pode brincar com o nosso organismo", diz uma profissional.
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