FHC diz que deve muito a Itamar
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso lamentou a morte de Itamar Franco. "A morte de Itamar Franco privou-nos de tê-lo no Senado, num momento no qual o país necessita de homens exemplares. Incorruptível, com espírito público comprovado, comprometido com seu Estado e com o povo brasileiro, Itamar deixa um legado extraordinário", disse o ex-presidente em nota.
FHC foi ministro das Relações Exteriores e posteriormente ministro da Fazenda de Itamar. No posto, coordenou a criação do Plano Real, um dos principais fatores para a sua eleição para presidente. "Como seu colega no Senado, seu ministro em duas pastas e como um dos alicerces de minha candidatura à Presidência, devo muito a Itamar. Mas todos devemos a ele a marca de um homem a quem o poder não abalou a simplicidade no modo de viver, nem muito menos as exigências de conduta que aplicava a si e a quem estava a seu lado. Deixam saudades também seu estilo imprevisível, mas sempre movido pelo interesse público, e as maneiras educadas com que tratava a todos", diz FHC. "Morreu um grande brasileiro, um homem das Minas Gerais, como ele dizia, mas cujo coração batia no diapasão das pessoas mais simples e mais necessitadas do Brasil, pelas quais sempre zelou", completou.
Folhapress
Suplente
Novo senador é investigado
O presidente do Cruzeiro Esporte Clube, Zezé Perrella (PDT), vai assumir a vaga de Itamar no Senado pelos próximos sete anos e sete meses de mandato.
O Ministério Público de Minas abriu um procedimento para investigar se os ganhos de Perrella são compatíveis com a compra de uma fazenda em Morada Nova de Minas, a Guará, avaliada em R$ 60 milhões. Perralla nega a compra da fazenda, que está no nome de seus filhos. As denúncias vêm sendo publicadas no jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte, nos últimos meses.
Afilhado político do ex-governador e senador Aécio Neves (PSDB-MG), Perrella chegou à primeira suplência de Itamar graças ao tucano. Antes de entrar para o mundo da bola e da política, Perrella ganhou dinheiro como empresário do setor frigorífico. Em 1995, como conselheiro do Cruzeiro, conseguiu apoio do presidente do clube, César Masci, e se elegeu para sucedê-lo. Nunca mais perdeu o controle do time. Ficou por três mandatos, até 2002, fazendo o irmão, Alvimar Perrella, de seu sucessor.
Graças ao prestígio com parte da torcida, Perrella conseguiu se eleger como o segundo deputado federal mais votado em Minas em 1998, pelo extinto PFL. Ao fim do mandato, em 2002, tentou o Senado, mas ficou em quarto lugar. Quatro anos depois, elegeu-se para a Assembleia de Minas. Em 2008, Perrella se elegeu mais uma vez presidente do Cruzeiro.
Bernardino Avila/ReutersPerrella: senador e cartola do Cruzeiro
O velório do senador e ex-presidente Itamar Franco (PPS-MG) reuniu ontem três ex-presidentes e antigos desafetos na Câmara dos Vereadores de Juiz de Fora (MG). José Sarney, Fernando Collor de Mello e Luiz Inácio Lula da Silva chegaram por volta das 12h15 ao local.
Sarney já foi duramente criticado por Collor durante a campanha presidencial de 1989. Collor por sua vez, teve a forte oposição de Lula e, durante seu processo de impeachment, teve de enfrentar Lindenberg Faria, que também esteve no velório. Lindenberg foi presidente de União Nacional dos Estudantes (UNE) e liderou os cara-pintadas contra Collor.
Na chegada, Lula foi aplaudido pelos populares que acompanhavam o velório do lado de fora, enquanto Collor recebeu vaias. Os três se aproximaram do caixão acompanhados do vice-presidente Michel Temer, dos senadores Magno Malta (PR-ES), Renan Calheiros (PMDB-AL), Lindberg Farias (PT-RJ), do governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), e do ministro Aloizio Mercadante. Fernando Collor seguiu direto para o carro por uma saída lateral, acompanhado de Renan Calheiros. Como na sua chegada, Collor foi vaiado novamente na saída. O presidente Lula também foi embora sem dar entrevista e foi de novo aplaudido com entusiasmo pela multidão.
O corpo de Itamar Franco chegou às 11h15 de ontem à Câmara dos Vereadores de Juiz de Fora, aplaudido por cerca de 400 pessoas que o aguardavam em frente ao local. O caixão estava envolto com uma bandeira do Brasil e outra de Minas Gerais. A Câmara permaneceu fechada por cerca de dez minutos para uma cerimônia privada de família de Itamar e, em seguida, foi aberta para receber outras pessoas. Cerca de 30 mil pessoas compareceram ao velório, segundo a PM.
Temer voltou a lamentar a morte de Itamar Franco. "É um exemplo para todos nós que fazemos a vida pública. Especialmente porque ele foi o praticante de um dos atos mais importantes do país, que foi precisamente a estabilidade em relação à inflação", disse o vice-presidente.
O senador Itamar Franco, presidente da República de 1992 a 1994, morreu na manhã de sábado, aos 81 anos, em São Paulo, vítima de leucemia. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein desde 21 de maio e permanecia licenciado de suas atividades no Senado. Itamar, que completou 81 anos no último dia 28 de junho, assumiu a Presidência após a renúncia de Fernando Collor de Mello. Ele também governou o estado de Minas Gerais entre 1999 e 2003 e foi eleito senador no ano passado com 5,1 milhões de votos.
Nos últimos dias, o senador apresentou um quadro de pneumonia grave e foi transferido para a UTI. Nas últimas horas de vida, foi vítima de um acidente vascular cerebral (AVC) e entrou em coma.
Hoje, às 8 horas, o corpo será transportado para Belo Horizonte, onde será velado no Palácio da Liberdade. A presidente Dilma Rousseff confirmou presença na cerimônia. O corpo será cremado hoje à tarde em Contagem. As cinzas serão levadas para Juiz de Fora e colocadas no túmulo da mãe do ex-presidente, conforme desejo de Itamar.
PCC: corrupção policial por organizações mafiosas é a ponta do iceberg de infiltração no Estado
Festa de Motta reúne governo e oposição, com forró, rapadura, Eduardo Cunha e Wesley Batista
Davi Alcolumbre rejeita anistia ao 8 de Janeiro: “Não vai pacificar o Brasil”
“Elites políticas europeias vão ‘abanar o rabo’ para Trump”, diz Putin
Deixe sua opinião