R$ 246,7 milhões é o valor de obras no Aeroporto Afonso Pena, um dos principais contratos que a Sial Engenharia está tocando, num consórcio com outras empresas.
Contratos públicos
Veja obras tocadas pela Sial no Paraná e em todo o país:
Revitalização da Rodoferroviária de Curitiba
Ampliação do terminal de passageiros do Aeroporto Afonso Pena
Construção da sede regional da Fundação Oswaldo Cruz em Brasília
Construção da delegacia da Polícia Federal em Foz do Iguaçu
Construção da delegacia da Polícia Federal em Dourados (MS)
Construção do Clube da Gente do Tatuquara (Curitiba)
Construção da Rua da Cidadania do Cajuru (Curitiba)
Construção do Hospital do Idoso Zilda Arns (Curitiba)
Construção do Hospital Regional do Litoral (Paranaguá)
Reforma e ampliação do Museu de Arte do Paraná (Curitiba)
Reforma do aeroporto de Joinville
Reforma e ampliação do aeroporto de Macaé (RJ)
Vínculo político
Dono da construtora é tesoureiro do PSD no Paraná
Preso na operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão vinculado ao Ministério Público Estadual (MP), o proprietário da Sial Engenharia, Edenilso Rossi, é tesoureiro do PSD do Paraná e preside o partido em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Ele também é pré-candidato a deputado federal pela legenda. Segundo o site do PSD paranaense, Rossi "integrou a equipe estratégica de inúmeras campanhas majoritárias no Paraná e, em 2011, participou ativamente da constituição do PSD, percorrendo todo o estado em busca de lideranças comprometidas com o futuro e com o bem-estar da população".
Por meio da assessoria de imprensa, o deputado federal Eduardo Sciarra, presidente do PSD do Paraná, disse que primeiramente iria tomar conhecimento a respeito da investigação do Gaeco, que corre sob sigilo. Somente depois disso, a Comissão Executiva do partido irá se reunir para tomar uma decisão sobre o futuro de Rossi.
Obra parada
Tribunal de Contas suspende a licitação do prédio anexo
O Tribunal de Contas do Paraná (TC) informou ontem, por meio de nota, que suspendeu o processo licitatório para a construção do prédio anexo até que haja a completa apuração da suspeita de direcionamento da licitação em favor da construtora Sial. A empresa venceu o certame pelo preço de R$ 36,4 milhões para tocar a obra um edifício de 9 andares ao lado da atual sede do TC, no Centro Cívico, em Curitiba. "Em relação ao processo licitatório questionado, as obras não foram iniciadas e nem houve qualquer espécie de pagamento ou dispêndio de recursos públicos", afirma o texto. O tribunal ainda informou que prestou todas as informações necessárias ao Gaeco, órgão vinculado ao Ministério Público que fez as prisões dos suspeitos da fraude na licitação. A nota do TC diz ainda que o tribunal "está tomando todas as providências necessárias para que o caso seja elucidado, possibilitando o pleno exercício da ampla defesa a todos os envolvidos".
Vencedora da licitação sob suspeita de fraude para a construção de um anexo ao prédio do Tribunal de Contas do Paraná (TC), no Centro Cívico, em Curitiba, a empresa Sial Engenharia e Construção mantém e manteve diversos outros contratos com o poder público no Paraná e em todo o país. Os contratos milionários envolvem obras da Copa do Mundo, reformas de prédios e construções de hospitais e penitenciárias.
Proprietário da construtora, o empresário Edenilso Rossi foi preso na sede da empresa, na última quarta-feira, quando entregava R$ 200 mil ao coordenador-geral do TC, Luiz Bernardo Dias Costa, que participa da Câmara Temática da Transparência da Copa do Mundo como representante do tribunal. O dinheiro seria o pagamento de propina para que Costa fraudasse, em favor da Sial, a licitação da obra de construção do novo anexo no TC, orçada em R$ 36,4 milhões.
Além do contrato com o TC, a empreiteira é responsável por duas das principais obras da Copa em Curitiba. Uma delas, a revitalização da Rodoferroviária, foi inaugurada há cerca de duas semanas a um custo de R$ 46 milhões. Já nas obras ainda em andamento de ampliação do terminal de passageiros do Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, a Sial atua em um consórcio com mais duas empresas. Os serviços no terminal aeroportuário estão calculados em R$ 246,7 milhões.
Vários governos
De 2004 até agora, a Sial recebeu R$ 28 milhões da União por serviços que incluíram a construção da sede regional da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Brasília e de delegacias da Polícia Federal em Foz do Iguaçu e em Dourados (MS). Já o governo do Paraná, desde 2007, pagou à empreiteira R$ 25 milhões pela construção de hospitais, quadras esportivas e penitenciárias. Em 2004, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ) repassou R$ 1,6 milhão à empresa para ampliação de fóruns pelo estado.
No site da construtora, a Sial destaca que também está trabalhando em duas obras para a prefeitura de Curitiba, no Clube da Gente do Tatuquara e na Rua da Cidadania do Cajuru, e também em uma Unidade de Pronto Atendimento de São José dos Pinhais. A Sial ressalta ainda que já concluiu a construção do Hospital do Idoso Zilda Arns, em Curitiba, do Hospital Municipal de Araucária e do Hospital Regional do Litoral, em Paranaguá; a reforma e ampliação do Museu de Arte do Paraná, também na capital; e obras no aeroporto de Joinville.
Doações eleitorais
Além disso, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Sial doou R$ 358 mil para campanhas eleitorais no Paraná desde a eleição de 2004.
No total, seis pessoas foram presas
Diego Ribeiro, Felippe Aníbal e Taiana Bubniak
No total, seis pessoas estão presas acusadas de participar da fraude na concorrência pública de R$ 36,4 milhões para a construção de um novo anexo do Tribunal de Contas do Paraná (TC), no Centro Cívico, em Curitiba. Além do coordenador-geral do TC, Luiz Bernardo Dias Costa, e do empresário Edenilso Rossi, proprietário da construtora Sial Engenharia e Construção, também foram presos um filho de Rossi, um funcionário do departamento financeiro da Sial, o ex-deputado estadual e ex-funcionário do TC David Cheriegate, e uma pessoa que teria vínculo com Cheriegate.
O Gaeco, órgão vinculado ao Ministério Público do Paraná que efetuou as prisões, diz que não pode fornecer informações porque o caso está sob sigilo de Justiça. Porém, o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, afirmou que não há outros mandatos de prisão a serem executados.
O Gaeco investiga a suposta fraude na licitação, que teria ocorrido para beneficiar a construtora Sial. As investigações eram feitas há três meses. Costa foi preso em flagrante após receber R$ 200 mil em maços de dinheiro. O empresário Edenilso Rossi teria sido quem repassou o dinheiro a Costa.
Além das prisões, policiais e promotores do Gaeco estiveram no prédio do Tribunal de Contas, onde cumpriram mandados de busca e apreensão. Foram recolhidos documentos da coordenadoria-geral setor onde Costa estava lotado e do departamento de licitações do TC.
Outro lado
Desde que as prisões foram feitas, a reportagem tem tentado localizar os advogados de defesa de todos os envolvidos, além de representantes da construtora Sial. Somente o advogado de Costa, Roberto Brzezinski, atendeu. Ontem, Brzezinski disse que ainda está se inteirando da situação para se manifestar.
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