Obra da Rodoferroviária de Curitiba, inaugurada há duas semanas: construtora envolvida no caso do TC recebeu R$ 46 milhões da prefeitura para reformar o terminal de ônibus| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

R$ 246,7 milhões é o valor de obras no Aeroporto Afonso Pena, um dos principais contratos que a Sial Engenharia está tocando, num consórcio com outras empresas.

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Contratos públicos

Veja obras tocadas pela Sial no Paraná e em todo o país:

• Revitalização da Rodoferroviária de Curitiba

• Ampliação do terminal de passageiros do Aeroporto Afonso Pena

• Construção da sede regional da Fundação Oswaldo Cruz em Brasília

• Construção da delegacia da Polícia Federal em Foz do Iguaçu

• Construção da delegacia da Polícia Federal em Dourados (MS)

• Construção do Clube da Gente do Tatuquara (Curitiba)

• Construção da Rua da Cidadania do Cajuru (Curitiba)

• Construção do Hospital do Idoso Zilda Arns (Curitiba)

• Construção do Hospital Regional do Litoral (Paranaguá)

• Reforma e ampliação do Museu de Arte do Paraná (Curitiba)

• Reforma do aeroporto de Joinville

• Reforma e ampliação do aeroporto de Macaé (RJ)

Vínculo político

Dono da construtora é tesoureiro do PSD no Paraná

Preso na operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão vinculado ao Ministério Público Estadual (MP), o proprietário da Sial Engenharia, Edenilso Rossi, é tesoureiro do PSD do Paraná e preside o partido em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Ele também é pré-candidato a deputado federal pela legenda. Segundo o site do PSD paranaense, Rossi "integrou a equipe estratégica de inúmeras campanhas majoritárias no Paraná e, em 2011, participou ativamente da constituição do PSD, percorrendo todo o estado em busca de lideranças comprometidas com o futuro e com o bem-estar da população".

Por meio da assessoria de imprensa, o deputado federal Eduardo Sciarra, presidente do PSD do Paraná, disse que primeiramente iria tomar conhecimento a respeito da investigação do Gaeco, que corre sob sigilo. Somente depois disso, a Comissão Executiva do partido irá se reunir para tomar uma decisão sobre o futuro de Rossi.

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Obra parada

Tribunal de Contas suspende a licitação do prédio anexo

O Tribunal de Contas do Paraná (TC) informou ontem, por meio de nota, que suspendeu o processo licitatório para a construção do prédio anexo até que haja a completa apuração da suspeita de direcionamento da licitação em favor da construtora Sial. A empresa venceu o certame pelo preço de R$ 36,4 milhões para tocar a obra – um edifício de 9 andares ao lado da atual sede do TC, no Centro Cívico, em Curitiba. "Em relação ao processo licitatório questionado, as obras não foram iniciadas e nem houve qualquer espécie de pagamento ou dispêndio de recursos públicos", afirma o texto. O tribunal ainda informou que prestou todas as informações necessárias ao Gaeco, órgão vinculado ao Ministério Público que fez as prisões dos suspeitos da fraude na licitação. A nota do TC diz ainda que o tribunal "está tomando todas as providências necessárias para que o caso seja elucidado, possibilitando o pleno exercício da ampla defesa a todos os envolvidos".

Rossi: pré-candidato a deputado pelo PSD

Vencedora da licitação sob suspeita de fraude para a construção de um anexo ao prédio do Tribunal de Contas do Paraná (TC), no Centro Cívico, em Curitiba, a empresa Sial Engenharia e Construção mantém – e manteve – diversos outros contratos com o poder público no Paraná e em todo o país. Os contratos milionários envolvem obras da Copa do Mundo, reformas de prédios e construções de hospitais e penitenciárias.

Proprietário da construtora, o empresário Edenilso Rossi foi preso na sede da empresa, na última quarta-feira, quando entregava R$ 200 mil ao coordenador-geral do TC, Luiz Bernardo Dias Costa, que participa da Câmara Temática da Transparência da Copa do Mundo como representante do tribunal. O dinheiro seria o pagamento de propina para que Costa fraudasse, em favor da Sial, a licitação da obra de construção do novo anexo no TC, orçada em R$ 36,4 milhões.

Além do contrato com o TC, a empreiteira é responsável por duas das principais obras da Copa em Curitiba. Uma delas, a revitalização da Rodoferroviária, foi inaugurada há cerca de duas semanas a um custo de R$ 46 milhões. Já nas obras – ainda em andamento – de ampliação do terminal de passageiros do Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, a Sial atua em um consórcio com mais duas empresas. Os serviços no terminal aeroportuário estão calculados em R$ 246,7 milhões.

Vários governos

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De 2004 até agora, a Sial recebeu R$ 28 milhões da União por serviços que incluí­ram a construção da sede regional da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Bra­sília e de delegacias da Po­lícia Federal em Foz do Iguaçu e em Dourados (MS). Já o governo do Paraná, desde 2007, pagou à empreiteira R$ 25 milhões pela construção de hospitais, quadras esportivas e penitenciárias. Em 2004, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ) repassou R$ 1,6 milhão à empresa para ampliação de fóruns pelo estado.

No site da construtora, a Sial destaca que também está trabalhando em duas obras para a prefeitura de Curitiba, no Clu­be da Gente do Tatuquara e na Rua da Cidadania do Ca­ju­ru, e também em uma Uni­dade de Pronto Aten­dimento de São José dos Pi­nhais. A Sial ressalta ainda que já concluiu a construção do Hospital do Idoso Zilda Arns, em Curitiba, do Hospital Mu­nicipal de Araucária e do Hos­pital Re­gio­nal do Litoral, em Para­na­guá; a reforma e ampliação do Museu de Arte do Pa­raná, também na capital; e obras no aeroporto de Joinville.

Doações eleitorais

Além disso, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Sial doou R$ 358 mil para campanhas eleitorais no Paraná desde a eleição de 2004.

No total, seis pessoas foram presas

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Diego Ribeiro, Felippe Aníbal e Taiana Bubniak

No total, seis pessoas estão presas acusadas de participar da fraude na concorrência pública de R$ 36,4 milhões para a construção de um novo anexo do Tribunal de Contas do Paraná (TC), no Centro Cívico, em Curitiba. Além do coordenador-geral do TC, Luiz Bernardo Dias Costa, e do empresário Edenilso Rossi, proprietário da construtora Sial Engenharia e Construção, também foram presos um filho de Rossi, um funcionário do departamento financeiro da Sial, o ex-deputado estadual e ex-funcionário do TC David Cheriegate, e uma pessoa que teria vínculo com Cheriegate.

O Gaeco, órgão vinculado ao Ministério Público do Paraná que efetuou as prisões, diz que não pode fornecer informações porque o caso está sob sigilo de Justiça. Porém, o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, afirmou que não há outros mandatos de prisão a serem executados.

O Gaeco investiga a suposta fraude na licitação, que teria ocorrido para beneficiar a construtora Sial. As investigações eram feitas há três meses. Costa foi preso em flagrante após receber R$ 200 mil em maços de dinheiro. O empresário Edenilso Rossi teria sido quem repassou o dinheiro a Costa.

Além das prisões, policiais e promotores do Gaeco estiveram no prédio do Tribunal de Contas, onde cumpriram mandados de busca e apreensão. Foram recolhidos documentos da coordenadoria-geral – setor onde Costa estava lotado – e do departamento de licitações do TC.

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Outro lado

Desde que as prisões foram feitas, a reportagem tem tentado localizar os advogados de defesa de todos os envolvidos, além de representantes da construtora Sial. Somente o advogado de Costa, Roberto Brzezinski, atendeu. Ontem, Brzezinski disse que ainda está se inteirando da situação para se manifestar.