As vendas no varejo nos Estados Unidos subiram menos do que o esperado em junho e reforçaram o cenário de uma recuperação ainda lenta da economia americana. O dado pode contribuir para o que o Fed, banco central dos EUA, mantenha os estímulos monetários inalterados até o fim deste ano.

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"Os resultados não fornecem nenhuma evidência adicional de que a economia está ganhando força", disse a economista-sênior da Newedge Strategy Annalisa Piazza. "Não permite que o presidente do Fed tenha um tom mais firme já que a recuperação econômica dos EUA permanece gradual".

As vendas no varejo subiram 0,4% no mês passado, impulsionadas pela demanda por automóveis e preços mais altos da gasolina. As vendas de materiais de construção, entretanto, tiveram a maior queda em um ano, um sinal potencialmente preocupante para o mercado imobiliário.

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Economistas consultados pela Reuters estimavam que as vendas no varejo, que respondem por cerca de 30% dos gastos do consumidor, teriam alta de 0,8%.

O núcleo das vendas, que elimina automóveis, gasolina e materiais de construção e representa melhor o componente de gastos do consumidor no Produto Interno Bruto, avançou 0,1% após alta de 0,2% em maio. Isso sugere que os gastos do consumidor, que responde por cerca de 70% da atividade econômica dos EUA, provavelmente desaceleraram em relação ao ritmo anual de 2,6% do primeiro trimestre.

Mais Lentos

A sugestão de demanda doméstica mais lenta assim como os recentes dados fracos de comércio acontecem no momento em que o Fed debate a redução do volume de 85 bilhões de dólares em compras de títulos por mês para manter os custos de empréstimos baixos e estimular a economia.

O chairman do Fed, Ben Bernanke, disse no mês passado que o banco central poderia começar a reduzir suas compras ainda neste ano, e encerrá-lo até meados de 2014 se a economia avançar como esperado. Mas depois disse que o Fed precisa manter a política monetária expansionista dado o baixo nível de inflação e a taxa de desemprego ainda alta. Bernanke falará ao Congresso nesta semana.

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Um segundo relatório do Departamento do Comércio mostrou que os estoques empresariais tiveram leve alta em maio, sugerido que o reabastecimento de estoques ajudará pouco no crescimento do segundo trimestre.

Já o índice geral de condições empresariais "Empire State" do Fed de Nova York subiu para 9,46 neste mês ante 7,84 em junho, superando expectativas de leitura de 5,00. Uma leitura acima de zero indica expansão. O índice de novas encomendas recuperou-se para o território positivo, e a medida de estoques melhorou.