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Além de jogar água fria nas cassações, a vitória de Aldo Rebelo refez o ânimo governista na CPI dos Correios. A ordem é postergar os trabalhos, inviabilizar a votação de requerimentos indesejáveis e desacreditar os resultados das investigações.

Controle remoto – A senadora Ideli Salvatti (PT-SC), responsável por esvaziar a votação da quebra de sigilo das corretoras que operavam para fundos de pensão, tem atuado na CPI em perfeita sintonia com o ex-ministro Luiz Gushiken.

Vingança maligna – Se prosperar o "abafa" nos Correios, a oposição ameaça dar o troco em sua praia, a CPI dos Bingos. O plano é ressuscitar as convocações de Fábio Luís, filho de Lula, e de Adhemar Palocci, irmão do ministro da Fazenda.

Tabelamento – Nos idos de 1996, quando secretário da prefeitura de Ribeirão Preto, Donizeti Rosa, hoje diretor-superintendente do Serpro e depoente da CPI dos Bingos, era conhecido na cidade pela alcunha de "Donizeti 10%".

Resumo da ópera 1 – O Planalto colocou um auxiliar na presidência da Câmara. As cassações ficaram para o Dia de São Nunca. As CPIs afundam em areia movediça. E a eleição do PT trocará seis por meia dúzia. Não à toa, Lula tem dito aos próximos que a crise acabou.

Resumo da ópera 2 – Na oposição, porém, gente graúda acredita que os atuais ingredientes produzirão uma bomba de efeito retardado, que permitirá carimbar Lula, na campanha de 2006, como o grande patrocinador da pizza.

Espírito CFJ – Baixou um Zé Dirceu em Dilma Rousseff. Como seu antecessor, a ministra da Casa Civil deu para reclamar da imprensa. Considerou persecutória a constatação generalizada de que o governo fez de tudo e um pouco mais para eleger Aldo Rebelo.

Ironia do destino – Em 2001, na CPI da CBF/Nike, Aldo fustigava os deputados da "bancada da bola", defensora dos interesses de Ricardo Teixeira. Nela estava José Janene (PP-PR), hoje co-patrocinador da vitória de Aldo na Câmara.

Antigos compromissos – Enquanto muitos petistas preferem nem ser lembrados de que Delúbio Soares e Sílvio Pereira existem, dois personagens não descuidam da dupla de operadores do partido colhida pelo escândalo do "mensalão": o publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes.

Bola parada – O petista Delcídio Amaral enviou carta ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, indicando o juiz Elvécio Zequetto, nascido em sua base eleitoral, Mato Grosso do Sul, para os quadros da Fifa. Com o escândalo da arbitragem, o senador achou por bem suspender o processo.

New look – Lula, que resgatou Delcídio a um passo de voltar para o ninho tucano, disse ao senador que ele representa a "nova cara do PT" e por isso deve ser preservado. Na terça, o presidente conversa com o governador Zeca do PT, que ameaça boicotar a candidatura de Delcídio à sua sucessão.

Renda mínima – Na reta final do troca-troca partidário, o tucano Aécio Neves patrocinou a ida de um punhado de deputados para PSB, PDT e PPS, siglas que integram sua base de apoio em Minas e que estão na marca do pênalti com a cláusula de barreira.

Porta giratória – Doutora Havanir, ex-escudeira de Enéas no Prona e tucana desde fevereiro passado, desentendeu-se com seus correligionários e migrou para a bancada do PP na Assembléia paulista.

TIROTEIO

* De Eduardo Graeff, secretário-geral da Presidência no governo Fernando Henrique, sobre José Dirceu ter declarado que pegou em armas para defender a liberdade de imprensa:

– Não quero nem pensar no que Dirceu faria com a liberdade de imprensa se tivesse armas.

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