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O vereador de Londrina, Eloir Valença (PHS), defendeu-se na manhã desta sábado (5) das acusações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão no Ministério Público do Paraná (MP-PR). Em coletiva à imprensa em um hotel da cidade do Norte do estado, o parlamentar negou ter recebido propina e se disse injustiçado. Valença saiu da prisão nesta sexta-feira (04), mas a Justiça determinou o afastamento dele do cargo de vereador enquanto durarem as investigações. Valença prometeu recorrer ao Tribunal de Justiça (TJ) para retomar o mandato.

Ao lado da mulher, o vereador falou com jornalistas sobre a possível participação dele no esquema supostamente organizado para influenciar o voto de vereadores da Câmara Municipal de Londrina e beneficiar o prefeito Barbosa Neto.

"Sou inocente. Não recebi absolutamente nada porque não faço este jogo. Minha vida comprova. Meus 27 anos de magistério comprovam que não recebo (dinheiro ilícito), não recebi e tenho raiva de quem recebe", afirmou o vereador em entrevista ao Paraná TV 1ª Edição de Londrina. "Eu me senti como um preso político. Me senti injustiçado", completou o parlamentar.

O advogado dele, André Cunha, disse que pretende derrubar o afastamento do vereador com um recurso ao TJ no início da próxima semana. "A fundamentação deste afastamento, nos permite junto ao tribunal revogar esta medida cautelar e restabelecer o mandato do Eloir com brevitude", declarou o defensor também em entrevista ao Paraná TV 1ª Edição de Londrina.

A Câmara de Vereadores de Londrina deve avaliar na próxima segunda-feira (07) se convoca ou não o substituto de Eloir para a vaga dele. O suplente é Lorival Germano, empresário e que também já exerceu a função de parlamentar na cidade.

Liberdade

No início da noite de desta sexta-feira (04), o juiz da 3ª Vara Criminal de Londrina, Luiz Eduardo Asperti Nardi, determinou o afastamento temporário do vereador Eloir Valença, além da prisão preventiva do chefe de Gabinete da Prefeitura, Rogério Ortega, e do diretor de Participações da Sercomtel, Alysson de Carvalho, que estavam presos temporariamente desde o dia 1º. A decisão também revogou a prisão de Eloir Valença.

No entendimento do magistrado, há indícios de que Ortega e Carvalho estavam associados a Marco Cito e Ludovico Bonato, que também tiveram prisão preventiva decretada, na "prática de crimes de corrupção passiva, a fim de influenciar o voto de vereadores da Câmara Municipal de Londrina por meio do oferecimento de vantagens ilícitas".

Já Eloir Valença, na visão de Nardi, não teria se associado aos outro quatro investigados na cooptação de vereadores e, por isso, sua prisão processual foi dispensada, sendo convertida em afastamento da Câmara. "O retorno do indiciado ao mandato de vereador é o único fator de risco concreto que sua liberdade pode oferecer à instituição criminal e também o único fator de risco concreto de reiteração de crimes desta natureza pelo indiciado, na medida em que o delito de corrupção passiva em tese praticado só pode se dar em razão da função pública", justificou o juiz na decisão.

O coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), promotor Cláudio Esteves, avaliou a decisão da 3ª Vara Criminal como "muito positiva". "A necessidade da prisão preventiva era bastante clara para nós, tanto que requeremos. Dos cinco investigados, agora temos quatro com preventiva decretada, apenas um com o afastamento do cargo." Para Esteves, ainda que o Ministério Público entendesse pela prisão preventiva do vereador Eloir Valença, "a suspensão cautelar do exercício do cargo é muito importante para favorecer uma instrução processual mais livre de interferências".

O presidente da Câmara de Vereadores de Londrina, pastor Gerson Araújo (PSDB), disse ter ficado sabendo da decisão da Justiça informalmente na noite da sexta-feira. De acordo com ele, assim que a casa for comunicada oficialmente, o suplente de Eloir Valença será convocado para a cadeira. "Acredito que isso não afetará em nada no andamento da CP, porque não ficaremos com um vereador a menos. Possivelmente essa decisão do afastamento tenha sido mesmo para que as investigações continuem."

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