O vereador de Curitiba Julio Cesar Sobota (PSC) conhecido como Julião da Caveira -foi convocado pelo partido para prestar esclarecimento hoje à comissão de ética da sigla. O PSC quer explicações do vereador sobre a mensagem colocada na página dele no Facebook, na qual pede um atestado médico para poder justificar uma possível falta na sessão de hoje na Câmara Municipal.
Torcedor do Atlético Paranaense, Sobota pretenderia ir ao jogo do time contra o Toledo, no Ecoestádio, próximo ao Parque Barigui, em Curitiba. A partida começa às 17 horas. A sessão na Câmara começa às 14 horas e pode se estender, dependendo da pauta, a tarde inteira, o que atrapalharia os planos do vereador de acompanhar o time do coração.
Na semana passada, Sobota faltou à sessão legislativa na tarde de quarta-feira e a assessoria de imprensa dele disse que o parlamentar foi a uma consulta médica. No fim da tarde, ele foi visto nas arquibancadas do Ecoestádio, distante 6,3 quilômetros do Legislativo municipal, para assistir à goleada de 4 a 0 do Atlético sobre o Roma, de Apucarana, em jogo válido pelo Campeonato Paranaense.
Sobota e outros quatro parlamentares não compareceram à primeira sessão da Câmara depois de 43 dias de recesso.
Conselho de Ética
O presidente do Conselho de Ética da Câmara, vereador Francisco Garcez (PSDB), afirmou que só poderá se manifestar sobre o caso após receber a denúncia ou representação. "Ela [a representação] está nas mãos da Corregedoria, que vai enviar ao Conselho de Ética. Chegando ao Conselho de Ética, nós vamos ouvi-lo." Ele ainda destacou que não serão necessárias muitas diligências, porque o caso é bem claro.
Há quatro tipos previstos de punição: advertência verbal, advertência por escrito, perda temporário do mandato (afastamento por até 90 dias) e perda definitiva do mandato.
O vereador Tico Kuzma (PSB), presidente em exercício da Câmara de Vereadores, afirmou que Sobota apresentou justificativa para a falta de 1.º de fevereiro. Ele teria alegado que tinha um compromisso anteriormente assumido. O vereador do PSC não deixou claro qual foi o motivo da falta e por isso a justificativa foi indeferida, segundo Kuzma.
O parlamentar do PSC poderá apresentar recurso. Se isso não for feito, ele terá o dia de trabalho descontado. A Lei Orgânica não prevê outro tipo de penalidade nesse caso, de acordo com o vereador Roberto Hinça (PDT), corregedor-geral do Conselho de Ética da Câmara. "Haveria punição se o vereador tivesse 25% de faltas. Mas a Lei Orgânica não deixa claro se é 25% de faltas em um ano ou durante o mandato", afirmou Hinça.
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