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Vereador pede atestado pelo Facebook para poder faltar à sessão legislativa desta quarta-feira (8) e acompanhar ao jogo do Atlético-PR | Reprodução
Vereador pede atestado pelo Facebook para poder faltar à sessão legislativa desta quarta-feira (8) e acompanhar ao jogo do Atlético-PR| Foto: Reprodução

Confusões

O vereador Julio Sobota se envolveu em pelo menos outras duas confusões durante o período que atua como parlamentar, além das polêmicas registradas na semana passada e nesta terça-feira.

Julião da Caveira foi acusado de promover uma briga entre as torcidas organizadas Ultras e Os Fanáticos, ambas representantes do Clube Atlético Paranaense, em setembro de 2010. O parlamentar teve de assinar termo circunstanciado por lesão corporal no Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão (Ciac-Sul).

Em junho de 2011, ele teve dar explicações à corregedoria da Câmara dos Vereadores sobre as declarações em que ameaçava os jogadores do Atlético. Sobota é presidente da principal torcida organizada do Rubro-Negro, a Fanáticos, que invadiu o CT do Caju para cobrar da comissão técnica e da diretoria do clube melhor desempenho dentro de campo. No dia seguinte, o vereador declarou em entrevista à Rádio CBN que os jogadores do Atlético que fossem encontrados na noite iriam ficar no "hospital ou em casa de molho, tomando sopa de canudinho no dia seguinte".

O vereador Julio Cesar Sobota (PSC) - conhecido como Julião da Caveira - compareceu à sessão na Câmara de Curitiba realizada na tarde desta quarta-feira (8), pouco antes da partida do Atlético, time cuja principal torcida organizada é presidida por ele. Na semana passada, ele faltou à sessão que antecedeu um jogo do clube.

Ele confirmou ainda que pediu desculpas em reunião com o partido realizada pela manhã. A sessão começou às 14h40 terminou por volta das 15h05. Na saída, Julião disse que iria ao jogo de futebol entre Atlético e Toledo, no Ecoestádio, em Curitiba, às 17 horas.

"Devo desculpa ao partido e ao presidente do PSC [de Curitiba], Antônio Borges dos Reis. Respeito demais a Casa e o meu trabalho. Foi só uma brincadeira com os meus amigos", explicou o vereador.

O Conselho de Ética do Partido Social Cristão decidiu que não haverá punição a Sobota por causa polêmica envolvendo o pedido de atestado médico feito por meio do Facebook para faltar à sessão legislativa na Câmara Municipal desta quarta e comparecer ao jogo. O presidente municipal do PSC e do Conselho de Ética do partido, Antônio Borges dos Reis, afirmou que com o pedido de desculpas do vereador aos curitibanos o episódio está superado. "Ele teve hombridade para reconhecer que errou e pediu desculpas. Não há necessidade de punição", afirmou Reis.

Polêmicas

O vereador postou uma mensagem no Facebook na terça-feira e a apagou horas depois. Nas palavras do vereador :"[...] alguém tem 1 atestado médico pra me emprestar??? Quarta tem jogo do Furacão no campo do malutrom e seu eu faltar no trampo, de novo, os cornetas de plantão [...] vão me xaropear (sic) [...]". O vereador termina a mensagem afirmando que "[...] quarta feira, estaremos lá no mesmo local, no mesmo horário, pra ajudar como sempre o nosso Furacão (sic) [...]".

Ao Conselho de Ética do PSC, Sobota disse nesta manhã que o caso no Facebook não passou de uma brincadeira e que ele foi mal interpretado. O presidente municipal do PSC afirmou que o vereador foi orientado a como proceder nas redes sociais. "Ele pode se prejudicar com declarações como aquela. É preciso saber como proceder nas redes sociais", afirmou Reis. Na semana passada, Sobota faltou à sessão legislativa na tarde de quarta-feira (1º) e a assessoria de imprensa dele disse que o parlamentar foi a uma consulta médica. No fim da tarde, ele foi visto a partir das 17h nas arquibancadas do Ecoestádio Janguito Malucelli, distante 6,3 quilômetros do Legislativo municipal, para assistir à goleada de 4 x 0 do Atlético-PR, time para o qual ele torce, sobre o Roma, de Apucarana, em jogo válido pelo Campeonato Paranaense. Sobota e outros quatro parlamentares não compareceram à Câmara depois de 43 dias de recesso.

Conselho de Ética da Câmara

O presidente do Conselho de Ética da Câmara de Curitiba, vereador Francisco Garcez (PSDB), afirmou que só poderá se manifestar sobre o caso após receber a denúncia ou representação. "Ela [a representação] está nas mãos da Corregedoria, que vai enviar ao Conselho de Ética. Chegando ao Conselho de Ética, nós vamos ouvi-lo". Ele ainda destacou que não serão necessárias muitas diligências, porque o caso é bem claro.

Há quatro tipos previstos de punição: advertência verbal, advertência por escrito, perda temporária do mandato (afastamento por até 90 dias) perda definitiva do mandato.

Justificativa da semana passada

O vereador Tico Kuzma (PSB), presidente em exercício da Câmara de Vereadores, afirmou que Sobota apresentou justificativa para a falta de 1º de fevereiro e alegou que tinha um compromisso anteriormente assumido. O vereador do PSC não deixou claro qual foi o motivo da falta e por isso a justificativa foi indeferida, segundo Kuzma.

O parlamentar do PSC poderá apresentar recurso. Se isso não for feito, ele terá o dia de trabalho descontado. A Lei Orgânica não prevê outro tipo de penalidade nesse caso, de acordo com o vereador Roberto Hinça (PSD), corregedor-geral do Conselho de Ética da Câmara de Vereador. "Haveria punição se o vereador tivesse 25% de faltas. Mas, a Lei Orgânica não deixa claro se é 25% de faltas em um ano ou durante o mandato", afirmou Hinça.

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