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Praticamente no mesmo instante em que o vereador Mário Seibert (PTC) fazia um discurso no plenário da Câmara de Cascavel, no Oeste, usando palavras de baixo calão, o juiz da 3ª Vara Criminal, Gustavo Hoffmann, determinava seu afastamento por suspeita de desvio de recursos públicos ao contratar servidores fantasmas em seu gabinete. No despacho, o juiz não cita o tempo de afastamento do vereador.

Na segunda-feira (4), Seibert demonstrou irritação com a divulgação pela imprensa local de uma condenação judicial que o impediu de usar servidores de seu gabinete para transportar doentes em um "carro comunitário" mantido por ele. Contrariado, ele disse que não era "a Justiça, nem a imprensa que paga meu salário nessa merda da Câmara". A frase levou o presidente do Legislativo, Marcos Damasceno (PDT), a advertir o vereador verbalmente em plenário. Depois Seibert pediu desculpas pelas palavras.

Na decisão judicial, o magistrado frisou que o aparente desprezo pelo interesse público por parte do vereador faz com que o Poder Judiciário tenha que agir imediatamente. O afastamento do vereador se deve à contratação de dois servidores que não compareciam ao trabalho.

O juiz citou, ainda, a contratação de uma assessora do vereador que disse receber salário de R$ 700, apesar de ser nomeada com uma remuneração de R$ 3 mil. Segundo ela, o salário era sacado por outro servidor de Seibert que lhe entregava o valor.

A servidora chegou a ser demitida, mas foi recontratada alguns meses depois. A recontratação foi criticada no despacho do magistrado. "É que Mário, demonstrando aparentemente pouco se importar com tudo que se passa, a nomeou novamente em cargo comissionado. É quase inacreditável, mas sim, o fez!", escreveu o juiz.

Outro lado

O vereador não foi encontrado para comentar a decisão judicial. Moacir Vozniak, advogado de Seibert, informou que vai recorrer da sentença e tentar modificar a decisão no Tribunal de Justiça. Para o advogado, não há motivos para o afastamento. "Até porque ele contribuiu em todas as fases do inquérito", afirma.

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