Aquário
Nomes de ruas com o tema "peixe" já aprovados neste ano pela Câmara de Curitiba:
TilápiaCorvinaSurubimSalmãoDourado Lambari PintadoTainhaTubarão Atum
Nomes de ruas que o vereador Valdenir Dias ainda irá apresentar:
CascudoCôngrioMerluzaMarlimSardinha
Uma discussão pitoresca foi travada na Câmara Municipal de Curitiba nas últimas semanas, entre o vereador Valdenir Dias (PSB) e a vereadora Julieta Reis (PSB), a respeito dos projetos de lei apresentados por ele para dar nome a ruas da cidade. Nas sessões plenárias, Dias tem apresentado propostas para denominar ruas com nomes de espécies de peixes. Já foram aprovadas as ruas da Tilápia, Corvina, Surubim, Salmão, Dourado, Lambari, Pintado, Tainha, Tubarão e Atum. E ele já tem outros peixes na manga para denominar as vias curitibanas. Devem ainda ser submetidas à aprovação as ruas Cascudo, Côngrio, Merluza, Marlim e Sardinha.
A vereadora não gostou dos nomes de ruas apresentados pelo colega. "Por que a traíra e a piranha estão sendo discriminadas?", ironizou Julieta Reis. "Por que ele não pôs o nome de Acará-Bandeira, que é um peixe muito bonito?" Para ela, é necessário existir uma justificativa histórica para se escolher nomes de rua.
O vereador Valdenir Dias explica que decidiu usar nomes de espécies de peixes para batizar ruas depois de um acerto interno com outros vereadores. "O Derosso (João Cláudio Derosso, presidente da Câmara) optou por nomes de flores. Outros usaram nomes de pássaros", disse.
Para o vereador, denominar vias com nomes de animais ou plantas tem vantagens sobre batizá-las com nomes de pessoas. "O objetivo principal é que esses nomes podem ser substituídos no futuro. Com assinaturas de 70% dos moradores, pode ser encaminhado para qualquer vereador o pedido de mudança. Se fossem nomes próprios, não poderiam ser retirados, mesmo que todos moradores assinem um requerimento pedindo a mudança." A lei proíbe que a Câmara possa mudar denominações de ruas batizadas em homenagem a pessoas, mas autoriza a mudança nos outros casos.
O vereador diz ainda ter tomado o cuidado de não colocar nomes que viessem a criar polêmica, como traíra, bagre, pacu ou piranha. Os projetos propostos por Dias não especificam em que região da cidade as ruas devem ser batizadas com os nomes de peixes. As denominações aprovadas ficam à disposição da prefeitura para serem usadas assim que houver necessidade de batizar alguma rua ou as vias de um novo loteamento.
Valdenir Dias, que também é presidente da Femoclam (Federação das Associações de Moradores de Cuririba e Região Metropolitana), afirma ser constantemente procurado por líderes de áreas que estão sendo regularizadas, reivindicando a denominação de ruas que já existem de fato. Para Dias, seria interessante se a prefeitura viesse a usar os nomes que ele tem proposto de forma conjunta, numa mesma região. "Manteria a unidade no conjunto. As pessoas poderiam até se referir à região, como a ilha dos pescadores."
A vereadora Julieta Reis tem outros argumentos contra a posição daqueles que batizam logradouros com nomes da fauna e da flora. "É um absurdo falar em usar espécies de peixes para denominar ruas. O que eles ajudaram na construção histórica da cidade?", questiona a vereadora. Em suas proposições, Julieta só apresenta nomes de pessoas que tenham dado algum tipo de contribuição à cidade. "O último (nome) que foi aprovado foi o de Antônio Passarinho, um artista popular que representava a cidade em exposições nacionais. Há historiadores que vão buscar a história de uma cidade em cemitérios e há aqueles que buscam as personalidades de uma cidade pelas placas de rua", diz Julieta. Na visão da vereadora, batizar as ruas com nomes de pessoas significa marcar na cidade a contribuição de um indivíduo. "Eu vejo a coisa pelo lado histórico."
Julieta ainda afirma que mudar o nome de ruas não é tão simples como outros vereadores comentam. "Imagine que eu tenho um escritório ou exerço uma atividade comercial na Rua Lambari e mando fazer 5 mil cartões de visita. Então mudam o nome da rua. A mudança vai me criar um problema."
Questionada se a denominação de ruas não poderia ser feita por decreto do prefeito, como ocorre em outros lugares do mundo, a vereadora disse não gostar dessa idéia. Para Julieta, o trâmite na Câmara evita que o processo vire "bagunça".
O presidente da Câmara, João Cláudio Derosso (PSDB), que junto com o vereador Serginho do Posto (PSDB) propôs alguns nomes de plantas para ruas, tem uma justificativa similar à de Valdenir Dias. "Como são ruas pequenas, se a população quiser mudar o nome, usando personalidades que contribuíram com a cidade, poderão facilmente apresentar um requerimento, com a justificativa, dentro dos requisitos legais", diz Derosso.
As "ruas das plantas" denominaram vias em uma mesma área regularizada pela Cohab, na Vila Camargo, Cajuru. Entre os nomes escolhidos estão as ruas Arvoredo, Plátano, Jardineira e Manacá. Cada vereador, lembra o presidente da Câmara, pode propor até 20 nomes de ruas por ano.
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