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A exemplo do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), que propôs a redução do próprio salário, um vereador resolveu sugerir também o corte nos vencimentos dos parlamentares do município. Valdenir Dias (PMDB) apresentou um substitutivo geral ao projeto que corta o salário do prefeito, que deve ser votado na segunda-feira. A diferença é que, ao contrário de Richa, que propôs redução de 20%, o vereador pretende diminuir o salário em 10%.

Pela proposta de Dias, o subsídio mensal dos vereadores passa de R$ 7.155 para R$ 6.439 – um desconto de R$ 715. O vereador diz que não propôs o mesmo porcentual que o prefeito porque o pagamento seria muito ínfimo. "Não acho que os vereadores ganham muito. Pelo tanto que eles fazem, deveriam ganhar mais. A proposta é para demonstrar que, como o prefeito tomou essa atitude, nós devemos seguir", disse Valdenir Dias. Richa resolveu reduzir o próprio salário na última segunda-feira, após divulgação de uma pesquisa do site G1 que aponta o tucano com o maior vencimento entre os prefeitos das capitais brasileiras.

O departamento jurídico da Câmara está estudando a constitucionalidade do projeto de Valdenir Dias, já que há uma dúvida se o vereador pode modificar o próprio salário ou se somente poderia definir para a legislatura seguinte, para os vereadores que serão eleitos em 2008.

O vereador não considera que foi oportunista e garante que sua intenção é dar "uma posição para a sociedade". A proposta não agradou aos colegas. "Se ele pode abrir mão do salário, pode passar para mim", disse Luiz Ernesto (PSDB). "O vereador trabalha muito, mas outros não trabalham e ganham o mesmo", afirmou Elias Vidal (PDT).

O presidente da Casa, vereador Luiz Cláudio Derosso (PSDB), considerou demagogia de Dias. "É uma demagogia barata, do populismo de Chávez", disse Derosso, citando o presidente da Venezuela.

O líder do prefeito na Casa, vereador Mário Celso (PSDB), contou que Dias foi autor de uma proposta, que não foi votada, criando a verba de representação para os gabinetes, que hoje não existe na Câmara.

Se receber parecer favorável do departamento jurídico, a proposta de redução do salário deve ser votada na segunda-feira, junto com a já apresentada pela mesa executiva que trata somente do salário do prefeito, que passa de R$ 19,1 mil para R$ 15,2 mil.

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