A vereadora de Curitiba Nely Almeida (PSDB), de 72 anos, admitiu que estava em um bingo clandestino, no bairro Parolin, quando a Polícia Militar descobriu a casa de jogos, na última sexta-feira. Ela disse, porém, que não sabia que no local funcionava um bingo.
Nely explicou que sua ida ao bingo foi involuntária e que a repercussão do flagrante dado pela polícia prejudica sua imagem junto ao eleitorado e à população curitibana. "O que ocorreu foi que convidaram minha irmã, que é médica, para um lanche, uma reunião. Ela também não sabia que lá funcionava um bingo. Eu fui levar uns exames que fiz para ela ver."
A vereadora disse ainda que a polícia chegou logo depois de ela entrar no bingo. "A história que estão contando é infundada. Quando cheguei no lugar, não vi as máquinas (do bingo). Cinco minutos depois, chegou a polícia. Aí, me levaram para a delegacia. Eu não sabia de nada. Levei um susto e quase desmaiei."
Na sexta-feira, a Agência Estadual de Notícias, do governo do estado, divulgou a informação de que a vereadora estava entre os flagrados no lugar. Além da vereadora, encontravam-se no local mais três supostos apostadores e três funcionários do bingo. Entre os presentes no bingo clandestino, estava ainda, segundo a agência de notícias, o tenente-coronel Artigas, da reserva do Corpo de Bombeiros.
Para Nely Almeida, o fato está sendo usado politicamente contra ela, que é da base de apoio ao prefeito Beto Richa (PSDB). "Fiquei alarmada com a operação de guerra que houve. Já fui assaltada, na minha casa, com bandidos usando arma de fogo, telefonei para o 190 e não apareceu ninguém." Segundo a agência estadual de notícias, a PM foi até o local após uma denúncia de roubo. Lá, verificou que era uma casa que funcionava como bingo há cerca de 20 dias.
Nely disse, porém, que defende a reabertura dos bingos no estado. Segundo ela, a medida deve ser rediscutida e o funcionamento desse tipo de jogo de azar deveria ocorrer apenas em locais turísticos, como Foz do Iguaçu.
"Sou a favor do bingo. Mas não da reabertura de forma generalizada. Acho que deve haver uma discussão sobre a reabertura em regiões de turismo. Já em Curitiba, não acho uma boa", afirmou Nely. De acordo com a vereadora, abrir casas de bingo em lugares como a capital do estado seria uma irresponsabilidade. "A miséria em Curitiba é muito grande. Há um enorme bolsão de pobreza e as pessoas mais humildes não teriam consciência de como gastar o dinheiro. Já em locais onde as pessoas com melhor poder econômico freqüentam, deveria haver o debate sobre o assunto. Quem tiver vontade, poderá ir."
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