A Polícia Civil apreendeu ontem um computador e uma impressora do gabinete da vereadora de Ponta Grossa Ana Maria de Holleben (PT), acusada de simular o próprio sequestro em janeiro. A apreensão, porém, não tem relação com o caso do autossequestro. Trata-se de outro inquérito policial que apura a denúncia de falsificação de documentos supostamente dentro do gabinete da vereadora.
O delegado João Manoel Garcia Alonso Filho, que investiga o caso, apura a acusação de que funcionários de Ana Maria teriam falsificado uma autorização, em nome da prefeitura, para a ligação de água para um eleitor da vereadora. Após o resultado da perícia no computador e na impressora, o delegado vai ouvir os servidores do gabinete e a própria vereadora. "Também vou encaminhar uma cópia do inquérito para a Polícia Federal para investigar se houve crime eleitoral", disse Alonso Filho.
O chefe de gabinete da vereadora, José Carlos Faustin, alegou que se trata de um "engano". O documento teria sido expedido no dia 25 de outubro do ano passado, ou seja, após a reeleição da vereadora. Em vez de dar ao eleitor um protocolo do pedido de ligação de água, uma funcionária teria entregue uma autorização já concedida anteriormente e usado o carimbo da Câmara Municipal. O advogado da vereadora, Fernando Madureira, disse que ainda vai se inteirar dos fatos para se pronunciar.
Legislatura passada
O presidente da Câmara de Ponta Grossa, Aliel Machado (PCdoB), lembrou que o fato ocorreu na legislatura passada e que a Câmara não fornece autorização para ligação de água. Ele acrescentou que a denúncia não será investigada na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) nem na Corregedoria, que apuram a denúncia de falso sequestro. "Mas qualquer vereador pode entrar com um novo procedimento sobre a falsificação de documentos", explicou.
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