O Partido dos Trabalhadores (PT) de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais do Paraná, decidiu afastar de suas funções dentro do partido a vereadora Ana Maria Branco de Holleben (PT) e seu motorista Idalécio Valverde da Silva. Ambos são acusados por forjar o sequestro da vereadora no último dia 1.º de janeiro. A decisão do diretório do PT segue o regimento interno e o estatuto do partido.
Além do afastamento, os membros do partido formaram uma Comissão de Ética e Disciplina para investigar a postura de Ana Maria e Idalécio. Cinco membros efetivos e três suplentes devem ouvir a defesa dos filiados, assim como de Susicleia Rocha Valverde da Silva, mulher de Idalécio também acusada se ter participação no crime. A comissão ainda deve analisar todos os fatos levantados pelo inquérito policial, além de possíveis desdobramentos jurídicos e outras informações que julgar pertinentes.
Segundo a assessoria do PT de Ponta Grossa, há suspeita de que existam outros componentes políticos envolvidos e, por isso, o partido vai solicitar que a Polícia Federal investigue o caso. O PT ainda pediu a compreensão da sociedade e garantiu que busca os esclarecimentos dos fatos. "Tais fatos, se confirmados, terão uma resposta condizente com a sua gravidade", divulgou o partido na nota.
A vereadora Ana Maria, que foi presa em razão do autossequestro, está internada em uma clínica de reabilitação desde quarta-feira, quando foi solta. Segundo seu irmão, Alan Von Holleben, o estado de saúde de Ana Maria é considerado gravíssimo pelos médicos da clínica onde ela está internada. Com um quadro de depressão profunda, a vereadora não pode receber visitas e deve permanecer incomunicável até a próxima semana. "Eu mesmo não pude visitá-la porque as visitas estão proibidas".
Na segunda-feira, o presidente da Câmara de Vereadores, Aliel Machado (PT), informou à imprensa que Ana Maria deveria apresentar um pedido de licença do cargo. Entretanto, o vereador disse ontem que esse pedido não foi e nem será feito.
Segundo Aliel, pedidos de licenças só são necessários quando o atestado médico ultrapassa 30 dias. Como o tratamento da vereadora está previsto para durar 20 dias e a Câmara de Vereadores está em recesso, o procedimento não é necessário.
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