Eleição interna
Após imbróglio, oposição fica com a presidência da Câmara Municipal
Após o imbróglio envolvendo o sumiço de Ana Maria de Holleben (PT), os vereadores de Ponta Grossa escolheram ontem a nova direção da Câmara Municipal. Em uma votação apertada, o vereador Aliel Machado Bark (PCdoB), de 23 anos, foi eleito presidente do Legislativo, batendo Alysson Zampieri (PPS). A votação terminou empatada em 11 a 11. Mas Aliel Bark venceu a disputa porque, segundo as regras internas da Câmara, nesses casos é escolhido quem teve mais votos na eleição para vereador. Zampieri é da base do prefeito Marcelo Rangel (PPS) e Aliel, da oposição assim como Ana Maria. A eleição dele poderia ter sido mais fácil se a vereadora não tivesse simulado o sequestro para não votar, como acusa a polícia. Isso torna o sumiço da vereadora mais intrigante, inclusive para seus colegas de oposição.
A vereadora de Ponta Grossa Ana Maria Branco de Holleben (PT), acusada de simular na última terça-feira o próprio sequestro, foi presa ontem após deixar o hospital onde estava hospitalizada desde a quarta-feira. Ana Maria foi levada à 13.ª Subdivisão Policial, onde a polícia esperava ouvir uma explicação da vereadora. Ela, porém, ficou em silêncio e não se pronunciou sobre o caso. Alegou que estava com a saúde debilitada para prestar esclarecimentos.
Ana Maria sumiu na terça-feira no trajeto entre o teatro onde ocorreu a posse dos vereadores e o prédio da Câmara, local em que haveria a votação para a escolha do novo presidente do Legislativo municipal. A sessão legislativa, devido ao suposto sequestro, foi suspensa e só ocorreu ontem (veja reportagem nesta página).
A polícia foi comunicada do desaparecimento dela e assessores da vereadora chegaram a relatar a ocorrência do sequestro. Ela reapareceu na quarta-feira em um hospital. Segundo as investigações policiais, tudo não passou de uma farsa porque a vereadora não queria votar na eleição interna do Legislativo. A polícia ainda investiga se houve participação de outros políticos na ação.
Prisão preventiva
Mesmo sem o depoimento de Ana Maria, os autos do flagrante foram enviados à Justiça local, que irá avaliar o pedido de prisão feito pelo delegado Luiz Alberto Cartaxo Moura. O pedido de prisão preventiva que seria válido enquanto durarem as investigações pode ser expedido ou não, dependendo do entendimento do juiz que analisar o caso.
O advogado da vereadora, Pablo Milanese, disse ontem que, independentemente da decisão judicial, vai entrar com pedido de liberação de sua cliente. Até o fechamento desta edição, Ana Maria permanecia detida em uma sala da 13.ª Subdivisão Policial.