O caso
Relembre o caso do autossequestro da vereadora Ana Maria Holleben:
01/01 A vereadora Ana Maria de Holleben (PT) desaparece após tomar posse do seu terceiro mandato. A Polícia Civil trabalha com a hipótese de sequestro.
02/01 O Grupo Tigre, da Polícia Civil, informa que houve um falso sequestro. A vereadora reaparece e é hospitalizada.
03/01 Ana Maria é presa após deixar o hospital. Ela é levada a uma sala da 13ª Subdivisão Policial e um dia depois encaminhada ao quartel do Corpo de Bombeiros.
07/01 Três envolvidos no caso, tidos como cúmplices da vereadora, são soltos da prisão porque acabaram os prazos de suas prisões temporárias.
09/01 A Justiça concede o pedido de liberdade de Ana Maria e a vereadora vai para uma clínica psiquiátrica em Curitiba. No mesmo dia, o PT constitui a Comissão de Ética para analisar a denúncia de falso sequestro.
07/02 O vereador de Ponta Grossa Pascoal Adura (PMDB) protocola um documento na Câmara Municipal pedindo a cassação de mandato da vereadora Ana Maria.
08/02 O pedido de abertura de uma CPI é protocolado na Câmara com a assinatura de 22 vereadores da Casa.
11/02 A vereadora Ana Maria fala pela primeira vez sobre o episódio e diz que vai assumir o mandato e que não se lembra do ocorrido no dia do seu desaparecimento.
Acusada de simular o próprio sequestro, a vereadora de Ponta Grossa (Campos Gerais) Ana Maria de Holleben (PT) falou pela primeira vez sobre o caso nesta semana a dois veículos da imprensa local. No entanto, a versão de que ela não se lembra do que ocorreu no dia do sumiço e que está enfrentando problemas psicológicos não convenceu os colegas do Legislativo.
O presidente da Câmara, Aliel Machado (PCdoB), frisa que não está fazendo um prejulgamento da colega, mas acredita que houve contradições na fala da vereadora em sua primeira declaração após o episódio do autossequestro. "Ela disse que não se lembra de nada, mas 45 minutos depois do desaparecimento ela ligou para o filho dizendo que estava tudo bem." O vice-presidente do PT em Ponta Grossa, Edmilson Pereira Dias, segue a mesma linha. "A justificativa que ela deu não está convencendo."
Machado afirmou que a Casa vai garantir todo o direito de defesa de Ana Maria e que os integrantes da CPI que investigará o caso terão autonomia para trabalhar "sem interferência política". A vereadora enfrentará uma CPI que vai apurar a falta de decoro e uma sindicância que analisa a cassação do seu mandato.
Presidente do PT em Ponta Grossa, o deputado estadual Péricles de Mello, que também é primo de Ana Maria, disse que o partido só vai se pronunciar após a conclusão da investigação do caso na Comissão de Ética da legenda o parecer deve sair até 9 de março. "Vamos analisar o inquérito policial e as matérias que saíram na imprensa, além do depoimento de todos os envolvidos", acrescenta.
Tratamento
Após falar com dois jornais de Ponta Grossa, a vereadora teria saído da cidade para passar por um tratamento médico, conforme informação de familiares e do advogado da vereadora, Fernando Madureira. Ele confirmou que Ana Maria se pronunciará na sessão ordinária do próximo dia 18 na Câmara. Também neste dia serão definidos os vereadores que irão compor a CPI e a sindicância. Em entrevista, a vereadora afirmou que seria "covarde" se renunciasse ao mandato com dois processos pendentes. Ela, que foi eleita com 2.084 votos, está no terceiro mandato.
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