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Ana Maria: vereadora se internou em um hospital após sumiço | Luciano Mendes/ Gazeta do Povo
Ana Maria: vereadora se internou em um hospital após sumiço| Foto: Luciano Mendes/ Gazeta do Povo

A Polícia Civil informou ontem à noite que a vereadora de Ponta Grossa Ana Maria Branco de Holleben (PT), tida como desaparecida por um dia, forjou o próprio sequestro, com auxílio de assessores. Ela recebeu voz de prisão, sob suspeita de falsa comunicação de crime, fraude processual e formação de quadrilha. Apesar disso, Ana Maria não pôde ser levada a uma unidade prisional porque está hospitalizada, sob a guarda de policiais. Três pessoas ligadas à vereadora foram presas.

O delegado Luiz Alberto Cartaxo Moura, que conduziu as investigações auxiliado pelo Grupo Tigre (especializado em sequestros), relatou que o episódio foi uma farsa. "Não houve sequestro. Houve uma simulação, com o objetivo de proteger interesse próprio. Ou seja: não exercer seu direito de voto junto à Câmara Municipal na eleição da Mesa Diretora", afirmou Cartaxo.

Ana Maria integra a bancada de oposição ao novo prefeito, Marcelo Rangel (PPS), que concorreu contra o primo da vereadora, o deputado estadual Péricles de Mello (PT) na eleição do ano passado. São 11 vereadores de oposição, contra 12 da situação. Por causa do episódio, a sessão que escolheria a direção da Casa, a ser realizada anteontem à tarde, foi suspensa. O bloco de oposição não compareceu e a eleição da direção da Câmara foi adiado por falta de quórum.

O falso crime, segundo o delegado, foi admitido em depoimento por um funcionário da vereadora, o motorista Idalécio Valverde da Silva, e pela mulher dele, Suzicleia Valverde da Silva. Ambos presos. "Eles contaram toda a trama", disse Cartaxo.

Adalto Valverde da Silva, irmão de Idalécio, também foi preso. Ele não estaria envolvido diretamente no caso, mas teria emprestado o telefone para que a vereadora ligasse para a família e dissesse que estava tudo bem com ela, quando comunicou o falso sequestro. A polícia ainda investiga se houve participação de outros políticos na ação. "Essa possibilidade é real", afirmou o delegado.

A vereadora, que ficou em local incerto por 24 horas, se apresentou espontaneamente num hospital da cidade, em "delicado estado de saúde", segundo a polícia.

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