Vereadora terá de explicar declaração sobre “máfia”

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga supostas irregularidades nos contratos de publicidade da Câmara de Curitiba decidiu convocar a vereadora Renata Bueno (PPS) para depor na próxima terça-feira. De acordo com os vereadores que compõem a CPI, a parlamentar deve explicar declarações recentes sobre o que ela chama de "máfia De­­­rosso". Além disso, a CPI decidiu prorrogar os trabalhos até o dia 20 de dezembro – o prazo terminava amanhã. A prorrogação será votada em plenário na segunda-feira.

Em entrevista a diversos veículos de imprensa, Renata mencionou a existência de um grupo de poder que apoiava o presidente da Casa, João Cláudio Derosso (PSDB), e afirmou que essas pessoas provavelmente estariam envolvidas com as irregularidades nos contratos de publicidade da Casa.

Segundo o vereador Pedro Paulo (PT), se essa declaração tem algum embasamento, é importante que isso seja conhecido pela CPI. "Se a CPI investiga irregularidades envolvendo Derosso e ela diz que há uma 'máfia', queremos que ela nos dê esses elementos para que possamos aprofundar essas investigações", afirma. O petista nega que essa convocação seja uma retaliação por causa de declarações recentes da vereadora. Renata classificou os parlamentares da Casa como "um bando de gentalha". "Não é um viés de vingança, é uma questão de lógica."

Renata, que ficou sabendo da convocação pela reportagem, disse que está disposta a depor à CPI. "Estarei disponível para dar qualquer esclarecimento. Espero que eu possa colaborar", disse a vereadora, que reafirmou a existência da chamada "máfia Derosso". "A gente sabe que o Derosso não está sozinho. Ele não se manteve tantos anos no poder sem um grupo poderoso que o apoiasse", afirmou.

Presidente da CPI, o vereador Emerson Prado (PSDB) ironizou a convocação de Renata. "Onde vai ser o depoimento? Em Roma? Em São Paulo? Em um avião? Mais parece uma aeromoça, fica só viajando", brincou o tucano. A parlamentar tem sido bastante questionada, recentemente, por causa de suas viagens constantes. Ontem, por exemplo, ela não esteve na sessão por causa de uma reunião do partido em São Paulo.

Prorrogação

Além da convocação da parlamentar, foi descoberto na terça-feira que 14 edições da revista Câmara em Ação não foram impressas nas duas gráficas indicadas como responsáveis pela impressão, a Idealgraf e a In­­fante. Os vereadores pretendem descobrir onde essas publicações foram impressos e visitar as gráficas até amanhã.