Ex-prefeito
Luciano Ducci pode ser convidado a explicar situação financeira
Katna Baran, especial para a Gazeta do Povo
O ex-prefeito de Curitiba Luciano Ducci (PSB) deve ser convidado a falar, aos vereadores da capital, sobre a situação financeira em que deixou a prefeitura. O convite partiu do vereador Chico do Uberaba (PMN), que apresentou um requerimento à Mesa Executiva da Casa ontem.
O parlamentar pede que Ducci compareça à Câmara para prestar esclarecimentos sobre as declarações do atual prefeito, Gustavo Fruet (PDT), que diz haver um rombo de R$ 446 milhões nas contas da administração municipal. "O prefeito teve a oportunidade de falar. Agora é a vez de o ex-prefeito se defender, e, assim, concluirmos quem está falando a verdade, já que Ducci alega que deixou dinheiro nos cofres da prefeitura", diz o parlamentar.
O presidente da Câmara, vereador Paulo Salamuni (PV), acredita que o convite é precipitado. "É preciso saber exatamente a situação da prefeitura para depois convidar ou até convocar o ex-prefeito", argumenta.
Salamuni explica que, como se trata de um convite, o requerimento não precisa ser votado pelos demais vereadores. Procurada pela reportagem ontem, a assessoria de Ducci informou que o ex-prefeito ainda não recebeu o convite oficial da Câmara Municipal.
Os vereadores de Curitiba aprovaram ontem, em primeira votação, o pedido de crédito suplementar de R$ 63,7 milhões enviado pelo prefeito Gustavo Fruet (PDT) à Câmara Municipal no início do mês. Na sessão extraordinária realizada exclusivamente para votar o pedido, apenas a vereadora Noêmia Rocha (PMDB) se posicionou contra a proposta, que teve 32 votos favoráveis. Hoje, a Câmara realiza outra sessão extraordinária exclusivamente para a matéria passar pela segunda e última votação e o crédito ser liberado.
Uma das alterações feitas pelos vereadores no pedido de crédito enviado pelo prefeito foi a retirada de um artigo que previa a prioridade de pagamento a pequenos credores. Segundo o líder do prefeito na Câmara, o vereador Pedro Paulo (PT), em breve a prefeitura deve enviar um novo texto para a Casa para tratar do caso das pequenas empresas que aguardam pagamento da administração municipal.
O pagamento a esses empresários é uma das preocupações de Fruet, que apresentou o pedido de crédito extraorinário no reinício dos trabalhos legislativos, no início do mês. Na ocasião, Fruet afirmou que o governo de seu antecessor, Luciano Ducci (PSB) deixou um rombo de R$ 446 milhões nas contas municipais, dos quais R$ 272 milhões não teriam empenho ou previsão orçamentária.
Na justificativa ao pedido de crédito, o prefeito disse que o dinheiro será empregado em áreas consideradas prioritárias, como saúde, educação e mobilidade urbana. Dentro desse grupo, os recursos serão distribuídos entre pagamentos de convênios com creches e escolas municipais, compra de insumos laboratoriais e medicamentos, obras na Rodoferroviária e revitalização de algumas vias públicas.
No mesmo dia em que o prefeito falou na Câmara, Ducci rebateu as acusações do sucessor. Por meio de nota à imprensa, o ex-prefeito disse ter cumprido todas as exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal e ter deixado cerca de R$ 250 milhões em caixa. Segundo o ex-prefeito, R$ 200 milhões dos R$ 446 milhões a que Fruet se referiu tratavam de despesas efetuadas no mês de dezembro, deixadas para serem pagam em janeiro por causa de trâmites da administração.
Sem informações
Única a votar contra ao pedido de crédito extra, a vereadora Noêmia Rocha afirmou que há falta de informações precisas sobre o tamanho do rombo nas contas do município. "Temos apenas a declaração verbal do Fruet sobre o assunto, e pedi um documento que comprovasse o rombo, algo que deveria vir incluído por escrito no pedido do prefeito."
A vereadora apresentou um pedido de informações oficiais à prefeitura sobre a situação financeira do município. "Se houvesse uma informação precisa sobre o assunto, mudaria meu posicionamento tranquilamente", afirmou.
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