As investigações sobre a revista Câmara em Ação foram reabertas no Conselho de Ética da Câmara de Curitiba. Após pedir o arquivamento por não conseguir encontrar provas de irregularidades na confecção do material, o vereador Dirceu Moreira (PSL) tem até o dia 5 de novembro para concluir seu relatório. Mesmo alegando não ter conseguido se aprofundar suficientemente em suas investigações, Moreira recusou o depoimento de uma testemunha.
Com a reabertura dos trabalhos, foram apresentados dois requerimentos. O primeiro, do próprio Moreira, pedia para convidar os proprietários da empresa Visão Publicidade para depor. Foi decidido que os conselheiros escutarão os representantes da empresa junto com a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga supostas irregularidades nos contratos de publicidade e comunicação assinados pelo presidente da Câmara, João Cláudio Derosso (PSDB).
Outro requerimento, apresentado por Noêmia Rocha (PMDB), pedia a convocação da jornalista Priscila Benevides e Sá Carneiro. Moreira, Pastor Valdemir Soares (PRB) e Jorge Yamawaki (PSDB) votaram contra a convocação. Já o presidente do Conselho, Francisco Garcez (PSDB) votou a favor.
Moreira argumenta que já se sente satisfeito com as informações passadas por Priscila em uma conversa informal. Entretanto, Noêmia argumenta que tem dúvidas a respeito da atuação de Priscila, que era a jornalista responsável pela revista. Para amenizar a situação, será requisitado o depoimento dado pela jornalista à CPI.
A revista mensal Câmara em Ação foi publicada entre 2004 e 2010, e custou R$ 18,3 milhões aos cofres públicos. A tiragem média declarada era de cerca de 200 mil exemplares, chegando a 247 mil em algumas edições. Entretanto, pouquíssimas cópias da publicação foram encontradas até hoje o que levanta a suspeita de que a tiragem tenha sido superfaturada. O veículo era produzido pela empresa Visão Publicidade.
Prazos
Na sessão de ontem do conselho, Soares apresentou também um prazo definitivo para apresentar a resolução do afastamento de Derosso. De acordo com ele, o prazo é de três semanas: duas para investigação e uma, regimental, para a redação da resolução. O afastamento deve ser levado à procuradoria jurídica da Casa até o dia 11 de novembro.
Além disso, houve desentendimento entre Soares, Moreira e a vereadora Professora Josete (PT), suplente do conselho. Os dois vereadores criticaram a parlamentar por, supostamente, tentar induzir determinadas votações no conselho. "Ela é uma vereadora muito atuante, mas ela se impõe em assuntos que não são pertinentes ao suplente, e sim ao titular", comentou Valdemir.
Josete se defendeu dizendo que está apenas cumprindo seu papel de fiscalizar o poder público. "Estamos falando de R$ 31 milhões que foram gastos com publicidade, e acho que é nossa tarefa investigar como, quando e por que ocorreu esse gasto", afirma a vereadora.
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