A maior quantidade de candidatos, uma onda de renovação feita pelo eleitorado, a crise da Câmara de Londrina (Norte do Paraná) e a atuação da imprensa foram elencados pelos vereadores que não conseguiram se reeleger como as razões do insucesso eleitoral. Por outro lado, nenhum dos que não conseguiram se reeleger se considera "condenado" pela crise da Casa. Nas avaliações, a votação foi diluída em decorrência da grande oferta de candidatos (foram 406). Mesmo os que se reelegeram tiveram menos votos do que na eleição anterior.
Outro entendimento é que a crise da Câmara, que dominou o noticiário político até julho, quando a Casa entrou em recesso, colaborou para a derrota dos que tentavam a reeleição. A tendência do eleitorado em votar em quem estava fora do cargo é explicada pelo desgaste da crise. O presidente da Câmara, Sidney de Souza (PTB), avalia ter perdido votos em decorrência do aumento do número de concorrentes. "No meu reduto foram 13 candidatos disputando voto, onde antes eram 7. Eu não aceito a colocação de que tenha sido derrotado, todos perderam votos nessa eleição", explicou. Para o vereador, que foi denunciado pelo MP em casos referentes à crise da Câmara, a derrota "não foi um julgamento político".
Glaudio de Lima (PT), líder do prefeito na Casa, diz acreditar que a crise atingiu todos os vereadores. "Durante a campanha a população não fez menção à crise", comentou. Denunciado pelo MP, ele disse não acreditar que a derrota nas urnas seja um julgamento do eleitorado.
Durante o grande expediente, foi Jamil Janene (PMDB) quem puxou a discussão sobre assunto. "Eu não fui condenado e nem fui julgado", declarou o vereador, que disse não se considerar derrotado. "Saí vitorioso da urna. Tive 2.025 votos, fiquei a 77 votos da vaga num contexto da Câmara sangrando por quase um ano", discursou. O vereador criticou setores da imprensa por divulgarem informações negativas a respeito da crise do Legislativo e não darem a mesma ênfase a situações positivas. Para Jamil, "a imprensa tem que ser respeitada, mas tem que respeitar".
João Scaff (PTB), que também tentou a reeleição, mas não conseguiu, afirmou que entrou na chapa do PTB para ajudar a legenda e que não tinha expectativa de ser reeleito, se disse "emocionado" com a fala de Jamil e contemporizou: "peço a complacência da imprensa com eventuais excessos que podem ter acontecido".
Escândalo
A crise na Câmara de Londrina começou quando o ex-presidente da Casa Orlando Bonilha denunciou um esquema de compra de votos para eleições para a presidência da Câmara. Bonilha afirmou ainda que existia o pagamento de um "mensalinho aos vereadores. A propina seria paga por uma empresa que controla o transporte coletivo na cidade.
Em depoimentos ao Ministério Público, Bonilha contou que apenas cinco dos 18 vereadores do município não participavam dos esquemas de corrupção.
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