Indecisos
PDT é "última esperança" da oposição para abrir investigação
As últimas esperanças da oposição para que a CPI dos Radares seja aberta estão nas mãos do PDT. Ontem, o partido deveria ter definido sua posição. Mas, de acordo com o vereador pedetista Roberto Hinça, a decisão foi adiada para quinta-feira, quando a nova executiva municipal do partido será homologada pelo presidente estadual Osmar Dias.
Segundo Hinça, o esvaziamento da CPI ontem não deve interferir na decisão pedetista. Ou seja, o PDT não deve levar em conta o número de adesões antes de assinar ou rejeitar o pedido. Caso os pedetistas assinem, mesmo assim seriam necessárias mais duas adesões para a CPI sair do papel.
Atualmente parte da base de apoio do governo, os três vereadores do partido (Hinça, Tito Zeglin e Jairo Marcelino) esperam um posicionamento partidário para tomar uma decisão em relação ao pedido de investigação. Em princípio, Hinça se mostra a favor, Zeglin e Marcelino são contra apoiar a investigação. No entanto, os três garantem que a decisão será conjunta e que, se um assinar, todos assinam. (CM)
Uma semana depois de assinarem o requerimento para criação da CPI dos Radares, os vereadores Jair Cézar, Professor Galdino (ambos do PSDB) e Denílson Pires (DEM) decidiram retirar suas assinaturas do pedido. Com isso, a bancada de oposição acredita que não há mais chances de a Câmara Municipal de Curitiba investigar o assunto.
O pedido de CPI foi feito por vereadores de oposição depois que um diretor da Consilux, empresa que operava os radares de Curitiba, apareceu em uma reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, afirmando que as multas de trânsito podiam ser manipuladas. O prefeito Luciano Ducci (PSB) decidiu romper unilateralmente o contrato com a empresa.
A oposição, no entanto, não tem número suficiente para criar uma CPI. É necessário ter apoio de 13 vereadores, mas só seis fazem oposição ao prefeito. Nos últimos dias, alguns vereadores ligados a Ducci, porém, passaram a assinar o pedido.
Jair Cézar alega ter retirado a assinatura por ter sido convidado para ser o representante da Câmara em um grupo de trabalho técnico e jurídico, coordenado pela Urbs, no qual seriam investigadas as relações do município com a Consilux. "O meu convite é para ir lá fazer a investigação. Ora, se já estou lá, não tenho que ficar num grupo que quer chegar lá, pois já cheguei", argumenta.
Denílson Pires disse que a entrada de Jair Cézar no grupo que vai apurar os fatos também foi fundamental para que ele desistisse de apoiar a CPI. "Resolvi dar essa chance para que o vereador Jair Cézar traga as informações e nos esclareça da melhor forma possível. Se eu sentir que as informações não são suficientes, recoloco minha assinatura", explica.
Já Galdino diz ter sido procurado pela base de apoio ao prefeito para que retirasse seu nome do requerimento. De acordo com ele, os governistas deram garantias de que ele teria acesso aos documentos necessários para investigar as supostas irregularidades. "Querendo ou não, faço parte de uma bancada. Tenho que respeitar, tenho que ouvir. Mas retirar a assinatura foi uma decisão pessoal minha", afirma.
Para a oposição, esse grupo não substitui adequadamente a CPI. "A prefeitura conseguiu o que ela queria, que era esvaziar a CPI", opina a vereadora Professora Josete (PT).
Indicação polêmica
A maior polêmica da questão é a suposta participação do Executivo na decisão de Jair Cézar retirar sua assinatura. Para o presidente da Câmara e responsável por indicar o vereador para o grupo de trabalho, João Cláudio Derosso (PSDB), trata-se de apenas uma coincidência. "O fato de ele ter assinado não tem nada a ver com a indicação. A prefeitura abriu uma comissão e achei que o vereador Jair Cézar, que é um dos mais experientes aqui da Casa, seria o nome ideal para representar a Câmara", afirma.
No entanto, esse argumento não convenceu a oposição. "Com esse grupo de trabalho, a Urbs está fiscalizando a si mesma, enquanto, na CPI, a Câmara fiscalizaria a Urbs e a Consilux. Não tem sentido essa solução", diz Algaci Tulio (PMDB).
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Dentro e fora
Veja a situação de cada vereador:
Quem assinou:
Algaci Tulio (PMDB)
Caíque Ferrante (PRP)
Jonny Stica (PT)
Julião Sobota (PSC)
Noemia Rocha (PMDB)
Paulo Salamuni (PV)
Pedro Paulo (PT)
Professora Josete (PT)
Quem assinou, mas voltou atrás:
Denílson Pires (DEM)
Jair Cézar (PSDB)
Professor Galdino (PSDB)
Quem não assinou:
Aladim Luciano (PV)
Aldemir Manfron (PP)
Beto Moraes (PSDB)
Celso Torquato (PSDB)
Dirceu Moreira (PSL)
Dona Lourdes (PSB)
Emerson Prado (PSDB)
Felipe Braga Cortes (PSDB)
Francisco Garcez (PSDB)
Jairo Marcelino (PDT)
João Cláudio Derosso (PSDB)
João do Suco (PSDB)
Jorge Yamawaki (PSDB)
Juliano Borghetti (PP)
Julieta Reis (DEM)
Nely Almeida (PSDB)
Odilon Volkmann (PSDB)
Pastor Valdemir Soares (PRB)
Paulo Frote (PSDB)
Renata Bueno (PPS)
Roberto Hinça (PDT)
Sabino Pícolo (DEM)
Serginho do Posto (PSDB)
Tico Kuzma (PSB)
Tito Zeglin (PDT)
Zé Maria (PPS)
Zezinho do Sabará (PSB)
Interatividade
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