O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não decidiu se vetará o reajuste de 7,72% dos aposentados que ganham acima de um salário mínimo, aprovado pelo Congresso. Além do desgaste político que o veto poderia gerar em ano de eleição, a decisão também inclui uma questão jurídica. Se a medida provisória que instituiu o aumento dos benefícios vier a ser derrubada, o reajuste concedido pelo governo desde janeiro, de 6,14%, também perderá a eficácia. Essa é a avaliação dos consultores jurídicos da Câmara dos Deputados e a análise que está sendo feita pela Presidência da República.
Se optar pelo veto, o governo terá de editar outra medida provisória estabelecendo um novo reajuste para os aposentados. No entanto, como o porcentual de 6,14% foi alterado pelo Congresso, a nova medida provisória teria de trazer um porcentual diferente, mesmo que seja de apenas um décimo. Apesar da recomendação da área econômica para que o presidente vete o aumento das aposentadorias e a emenda que acabou com o chamado fator previdenciário, assessores dos ministros da Fazenda e do Planejamento admitem que será muito difícil, às vésperas de uma eleição presidencial, deixar os aposentados sem reajuste.
Reajuste elevado
Desde janeiro, a Previdência já paga os benefícios de quem recebe acima de um salário mínimo com o aumento de 6,14%. Esse é o porcentual negociado pelo governo com as centrais sindicais. Também é o valor que consta na previsão de gastos do governo para este ano, divulgada na semana passada por meio do relatório de avaliação orçamentária do segundo bimestre de 2010.
O presidente Lula terá de decidir se arcará com o custo político de dar aos aposentados um reajuste menor que o aprovado pelos parlamentares. Durante a tramitação da medida provisória no Congresso, os parlamentares, inclusive da base governistas, elevaram o porcentual de reajuste. O governo chegou a negociar um aumento de 7%, mas foi derrotado. A área econômica pondera que o impacto do reajuste de 7,72% não tem sustentabilidade nas contas públicas nos próximos anos.
Os assessores garantem, entretanto, que Lula vetará a emenda aprovada pelo Congresso que acaba com o fator previdenciário. Ele foi criado no governo Fernando Henrique Cardoso para desestimular aposentadorias precoces e corrigir distorções no cálculo da aposentadoria. Para a equipe econômica, o fim do fator criaria um passivo enorme para a Previdência. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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