O veto do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à presença de tucanos no palanque do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), na campanha presidencial de 2014 desagradou o PSB. A orientação foi dada por Aécio em um encontro com deputados tucanos na quarta-feira, segundo reportagem publicada ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo. Na reunião, de acordo com o jornal, um parlamentar tucano de São Paulo teria dito que dividir palanque é "coisa de corno", arrancando gargalhadas dos presentes.
A declaração foi considerada ofensiva por lideranças do PSB e abriu uma crise com o PSDB. No Paraná, o presidente estadual do PSB, Severino Araújo, condicionou o apoio à reeleição do governador Beto Richa (PSDB) à presença do tucano no palanque de Campos. O PSB apoia o governo Richa.
"Nós defendemos o apoio ao Beto perante o diretório nacional. Defendemos o palanque duplo, mas o Beto não se pronunciou", disse Araújo. "Nosso apoio ao Beto tem a condição de apoio ao Eduardo [Campos]." Caso a posição de Aécio Neves seja respeitada pelas lideranças locais do PSDB, o PSB poderá rever sua posição, segundo Araújo. "Aí, vamos entrar em outro cenário. Vai abrir outra discussão."
O líder do governo Beto Richa na Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano (PSDB), vê a aliança entre os dois partidos como "natural", mas não descarta a possibilidade de palanques distintos com isso, o governador Beto Richa não daria apoio aberto a Campos. "O PSB terá seu candidato [à Presidência] e o PSDB terá o seu. Vai ser um processo natural. Pelas informações que tenho, o PSB já deixou claro que vai apoiar o Beto Richa."
PSB e PSDB são aliados no estado. Filiado ao PSB, o ex-prefeito de Curitiba Luciano Ducci foi vice de Richa na gestão municipal. E o tucano teve apoio do partido de Ducci na eleição de 2010.
Reação
A declaração de Aécio repercutiu mal entre lideranças nacionais do PSB. "Isso é discurso de perdedor. Ninguém ganha sozinho. Essa fala do Aécio soa como arrogância, mostra que tem mais um [pré-candidato] com medo da gente", disse o líder do partido na Câmara Federal, deputado Beto Albuquerque (RS).
Já o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) disse considerar inevitável o palanque duplo nos estados. "Quem é candidato não quer que o seu partido tenha palanque duplo nos estados. Mas é inevitável que nas alianças estaduais haja cruzamento. Você vai ter partido que apoia um candidato nacionalmente, mas que vai apoiar governador de outro partido", afirmou.
A polêmica envolvendo Aécio e o PSB ocorreu apenas um dia após o tucano sinalizar que pretende formar uma espécie de coalização de oposição para vencer a presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014. Anteontem, ele disse que as propostas da ex-senadora Marina Silva, que se filiou ao PSB, são muito próximas às do PSDB. "Vejo que há uma aproximação do discurso da Marina com aquilo que o PSDB vem pregando", disse. "Tenho certeza que uma eventual candidatura do PSB nasce exatamente por essa visão muito semelhante à nossa, de que esse ciclo de governo do PT, em benefício do Brasil, tem que ser encerrado."
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