O vice-presidente da República e também ministro da Defesa, José Alencar, saiu do PL nesta sexta-feira. O presidente do partido, Valdemar Costa Neto, informou que Alencar avisou de sua decisão à tarde e que ele sai por três motivos: a decisão do partido de marcara convenção para outubro com o propósito de reavaliar a relação com o governo do presidente Lula; a rejeição pelos parlamentares do partido (40 votos a 1) à proposta de fusão com PP e PTB; e a destituição de José Vasconcelos da presidência do PL de Minas Gerais.
Três dias antes, o vice-presidente da República negara rumores de sua saída do PL. O próprio Valdemar Costa Neto seria um motivo de desconforto para Alencar, que não estaria feliz com a permanência do ex-deputado na presidência do partido. Costa Neto renunciou ao mandato de deputado devido às denúncias de envolvimento no esquema do mensalão.
- Em época de guerra, boato é como terra. Por enquanto isso não me passou pela cabeça. É claro que não costumo dizer que dessa água não beberei, mas isso não significa que esteja pensando em trocar de partido - afirmou Alencar na terça-feira sobre sua saída do PL.
Alencar vinha sendo assediado por partidos como o PDT e o PMDB. Já teve, inclusive, reuniões com dirigentes e líderes pedetistas.
Sobre a crise política e as denúncias que envolvem Costa Neto e outros do PL, o vice-presidente tem repetido que é preciso ter cuidado antes de julgar alguém precipitadamente. Alencar tem enfatizado que, havendo fatos que comprovem irregularidades, o caminho é o isolamento e a saída da vida pública.
Quanto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Alencar sempre o defende. Segundo costuma repetir, nada afetará a autoridade moral do presidente.