Dois dias após a ação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) desvendar um esquema de cobrança ilegal de um percentual sobre salários pagos a funcionários comissionados da prefeitura de Campo Mourão, o viceprefeito da cidade, Rodrigo Salvadori (SDD), disse que foi procurado em janeiro de 2013 para devolver 5% de seu salário de R$ 9,3 mil. Ele pediu ontem exoneração do cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico da cidade do Centro-Oeste do estado.
Salvadori disse que foi informado no início da gestão da prefeita Regina Dubay (PR), pelo chefe de gabinete da prefeitura, que teria de devolver parte de seu salário. "Na época fiquei surpreso e me neguei a entregar este dinheiro. Cheguei a reclamar para a prefeita. Nunca mais me procuraram ou falaram sobre esta cobrança", disse Salvadori. "Agora fui surpreendido com a ação do Gaeco, revelando que a cobrança compulsória atingia até mesmo funcionários lotados na minha secretaria, nomeados pela prefeita. Não posso compactuar com isso." Ele se disse constrangido com a afirmação do delegado do Gaeco, Elmano Ciríaco, que afirmou existir "uma quadrilha" nos altos escalões da prefeitura.
O vice-prefeito interrompeu um período de férias no exterior e retornou na noite de quinta-feira a Campo Mourão para anunciar sua saída. Ele disse que não encontrou a prefeita e revelou sua saída à imprensa. "Aceitei ser vice-prefeito para contribuir com a cidade e não participar de qualquer quadrilha. Por isso estou entregando o cargo de secretário. Vou continuar como vice-prefeito para fiscalizar a administração e estou pronto para qualquer colaboração com as investigações do Gaeco", afirmou.
Salvadori morava em Curitiba antes de ser eleito vice-prefeito, em 2012. Na capital ele administrava uma distribuidora de medicamentos e empresas no setor agropecuário, principal atividade de sua família.
Alguns secretários deixaram a cidade após a prisão de um diretor da secretaria de Saúde, na quinta-feira. A prefeita Regina Dubay deixou a cidade após a ação e estaria em Curitiba ou em uma praia de Santa Catarina. Os investigadores suspeitam que o esquema pode ter desviado até R$ 400 mil.
Na quinta-feira, a Procuradoria do município informou não ter sido informada sobre o caso e se dispôs a tomar as providências necessárias.
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