O senador Vicentinho Alves (PR-TO) vai votar a favor da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado Federal. Foi o próprio senador quem garantiu ao vice-presidente Michel Temer, em encontro ocorrido na noite de 26 de abril, no gabinete da Vice-Presidência da República.
Aliado de Dilma, Vicentinho, que até então se declarava contra o impeachment da petista, informou a interlocutores nesse mesmo período que mudaria sua posição para indeciso.
Além de Vicentinho, na reunião estavam presentes o deputado federal Carlos Henrique Gaguim (PTN-TO), que votou pelo impeachment na Câmara, o chefe de gabinete do senador Vicentinho, José Tavares Filho, e o ex-secretário geral do PMDB, José Luiz Dias Lima.
O senador também teria justificado a Temer o motivo pelo qual seu filho, o deputado federal Vicentinho Júnior (PR-TO), votou contra o processo de impeachment na Câmara. Ele explicou que o filho estava seguindo a orientação do partido e teria afirmado que se conduziria da mesma maneira. Desta vez, entretanto, o partido também mudou sua orientação.
Na ocasião da votação na Câmara, o PR orientou voto contra o impeachment. Para a votação no Senado, o líder do partido, senador Wellington Fagundes (PR-TO), orientou o voto a favor do processo.
Notificação
O senador vive hoje uma saia justa. Primeiro-secretário da Mesa Diretora do Senado, caberá a ele a tarefa de notificar a presidente Dilma Rousseff de seu afastamento, caso o processo seja admitido em votação prevista para a próxima quarta-feira (11).
Antes aliado de Dilma, Vicentinho teria pedido ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para não ser o porta-voz da notícia. Dias após, entretanto, ele afirmou em nota que, caso a decisão no Senado seja pelo afastamento da presidente, ele cumprirá com seu “dever constitucional e regimental de notificá-la”.
Emendas parlamentares
Logo após a votação que autorizou a abertura do processo de impeachment na Câmara, em abril, o governo federal liberou emendas parlamentares no valor de R$ 50,5 milhões para deputados do PR, como mostrou o jornal “O Estado de S. Paulo”.
O deputado Vicentinho Júnior foi o destinatário de um total de R$ 4,5 milhões. Já o senador Vicentinho Alves teve empenhados R$ 5,3 milhões.
O partido é um dos poucos da base de apoio da presidente que manteve orientação de voto contra o impeachment na Câmara.
Outro lado
Procurado para confirmar o seu voto, o senador não foi localizado.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião