O ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal (DF) Durval Barbosa, delator do esquema de corrupção desmantelado pela operação Caixa de Pandora, corre risco iminente de morte. Os desafetos são muitos e alguns planos de assassinato foram detectados por setores de inteligência policial.
Para complicar a situação, o governo do DF devolveu à União a responsabilidade pela integridade do réu, mas a Polícia Federal (PF) recusa, alegando que Durval, indisciplinado, viola as regras de segurança, se expõe indo a eventos sociais e se recusa a aceitar os termos rígidos do Programa de Proteção de Testemunhas.
O problema, para o Ministério Público, é que se ficar um só dia sem proteção, Durval é um homem morto. Para pôr fim ao impasse, o relator do inquérito da Caixa de Pandora no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o ministro Arnaldo Esteves Lima, intimou o diretor-geral da PF, Leandro Daiello Coimbra, a assumir a responsabilidade "pela proteção, a segurança e a vida" de Durval.
Ele determinou que Coimbra se reúna com o secretário de Segurança do DF, Daniel Lorenz, para implementar a transferência da testemunha "bomba". As instruções do ministro são claras: "A transferência do colaborador deve se processar com extrema cautela para que não haja descontinuidade na proteção".
O ministro acatou o argumento do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, segundo o qual, a proteção a Durval é responsabilidade da polícia judiciária da União, a PF, porque ele é réu colaborador de um inquérito federal, o de número 650 (Caixa de Pandora), que tramita no STJ. Durval fez acordo de delação premiada com o Ministério Público do DF e Territórios em setembro de 2009. Entre as provas que ele entregou à Justiça, estão 31 fitas de vídeo, gravadas em seu gabinete, em que políticos e autoridades aparecem recebendo propina e enfiando maços de dinheiro nos bolsos, bolsas, mochilas e até nas meias e cuecas. Um dos alvos foi o ex-governador José Roberto Arruda, preso e afastado do cargo.
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