Com a presença de dois ministros do governo Dilma Rousseff e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o PMDB iniciou pouco após as 15h desta quarta-feira (17) a votação para a escolha do líder da bancada na Câmara dos Deputados.
O clima de acirramento se mostrou logo no início, com um protesto patrocinado por setores da oposição que jogaram mosquitos de papel na entrada do plenário onde é realizada a votação.
A manifestação tem como foco o ministro Marcelo Castro (Saúde), que deixou o cargo por um dia para reassumir o mandato e votar no candidato do Palácio do Planalto, Leonardo Picciani (RJ). Ele disputa com Hugo Motta (PB), nome bancado por Cunha.
O resultado dessa eleição ultrapassa as fronteiras partidárias. Uma vitória de Picciani irá arrefecer o movimento pró-impeachment de Dilma Rousseff, além de aumentar a pressão pela saída de Cunha -denunciado no esquema do petrolão- do comando da Câmara. Uma vitória de Motta deve ter efeito oposto -reforça a posição política de Cunha e a pressão pelo impeachment da presidente.
Na chegada ao plenário, Marcelo Castro negou haver desgaste com sua decisão, em meio à epidemia do vírus da zika no país. “O povo entende que eu sou o único deputado do PMDB do Piauí, e que o Piauí não pode ficar de fora dessa decisão importante, que é o fortalecimento da ala do PMDB que apoia o governo Dilma”.
Castro negou que vá deixar o ministério de Dilma em caso de derrota, pressão que será exercida pela ala peemedebista liderada por Cunha. Segundo o ministro, Dilma não o pediu para votar na eleição, mas apoiou a sua decisão. Também estava presente na reunião o ministro Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), que também é uma indicação do PMDB para o governo Dilma.
A votação para a liderança do PMDB, que é o maior partido da Câmara, com 71 cadeiras, é secreta. O resultado deve ser divulgado até o final da tarde desta quarta.