Veja como era o esquema de fraude que favorecia Beto Richa
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O Ministério Público Federal no Paraná investiga um esquema de fraude para favorecer a candidatura à reeleição do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), nas eleições de 2008. A investigação se baseia em vídeo obtido pelo "Fantástico", que mostra Alexandre Gardolinski, então coordenador de um comitê de apoio a Richa que reunia ex-integrantes do PRTB, em atividades suspeitas.
O PRTB era um partido de oposição na cidade, mas durante a campanha, um grupo aderiu à candidatura de Richa. O PRTB tinha lançado 55 candidatos para a Câmara Municipal, mas 28 desistiram e passaram a reeleição do prefeito.
Gravação
As imagens, obtidas pelo Fantástico, mostram pagamentos em dinheiro feitos por Alexandre a candidatos que, depois, desistiram de concorrer.
Todas as imagens foram gravadas na sala do comitê do PRTB pelo próprio Alexandre Gardolinski. Em uma delas, o secretário municipal Manassés Oliveira recebe dinheiro de Alexandre e assina recibos em nome de várias pessoas.
Em outro momemento, o então secretário do trabalho da prefeitura de Curitiba, Raul D'Araújo Santos, recolhe um maço de dinheiro após assinar recibos. Ele é orientado a colocar qualquer número de RG em um deles.
O vídeo mostra ainda uma reunião com um funcionário comissionado da prefeitura para organizar pichações contra adversários, o Luiz Carlos Pinto. O funcionário também recebeu dinheiro de Alexandre.
O então vereador Mestre Déa também é filmado recebendo dinheiro para, segundo ele, fazer boca de urna, que é proibido pela legislação.
Depois da eleição, Alexandre Gardolinski, Manassés Oliveira, Raul D'Araújo Santos, Luiz Carlos Pinto e Mestre Déa foram nomeados para cargos na Prefeitura de Curitiba.
Exonerações
O prefeito Beto Richa determinou a demissão de três funcionários em razão da denúncia: Gardolinski, que trabalhava na secretaria de emprego; Manassés, que era secretário municipal de assuntos metropolitanos; e Raul, que era superintendente na pasta de Manassés.
Beto Richa negou que soubesse do esquema. "A imagens são chocantes. Isso não tem nada a ver com o jeito de a gente fazer política." Outro lado
O "Fantástico" procurou todos os citados por envolvimento no esquema. Manassés Oliveira alega que todo o dinheiro que Alexandre distribuiu era para bancar despesas normais da campanha. Mas admite ter assinado recibos em nome de outras pessoas.
Mestre Déa nega que tenha usado dinheiro para fazer boca de urna.
Alexandre Gardolinski, Luiz Carlos Pinto e Raul D'araújo Santos não quiseram comentar as acusações.