A vinda do candidato à Presidência da República Geraldo Alckmin (PSDB) a Curitiba e Ponta Grossa no próximo dia 22 vai mostrar que, no Paraná, o PMDB está dividido e mantém dois discursos: um teórico e outro prático. Os peemedebistas manifestaram apoio ao PSDB, aprovado em convenção e registrado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Mas quando o assunto é subir no palanque de Alckmin, são poucos os integrantes do partido no estado que garantem estar ao lado do tucano.
Para comprovar a divisão existente no partido, ontem o presidente do PMDB de Curitiba, Doático Santos, e a diretora de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Maria Arlete Rosa, filiada ao PMDB, estiveram em Brasília reunidos pela manhã com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), e à noite com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "O Calheiros conversou com o presidente e disse que está trabalhado para que o governador Roberto Requião seja Lula no Paraná", disse Doático.
O presidente do PMDB curitibano afirmou que não vê constrangimento em manifestar apoio ao candidato petista, enquanto o partido está coligado com o PSDB. "O PMDB é muito mais próximo ao Lula do que ao Alckmin. Somos nacionalistas e populares", disse. "E quando foi feita a aliança com os tucanos, não houve a pretensão de se ter o apoio pleno dos peemedebistas. O que importa é a referência da posição do governador, que não vai definir para quem pedirá votos e liberou a base do partido para ir de acordo com a conveniência e a identificação para com cada candidato."
O vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) ainda não decidiu em qual palanque subirá. "Estamos tratando disso esta semana. Por enquanto, não subo no palanque de ninguém." Outro que também não deverá estar ao lado do candidato tucano é o secretário-geral do PMDB no Paraná, Luiz Cláudio Romanelli, que concorre a uma vaga na Assembléia Legislativa. "Temos de saber a convite de quem o Alckmin estará em Curitiba. O presidente do partido, deputado estadual Dobrandino da Silva, terá de recepcioná-lo."
Enquanto o PMDB se mostra indeciso em relação ao apoio a Geraldo Alckmin, todos os demais partidos, com exceção, claro, do PT, estão alvoroçados com a chegada do presidenciável tucano. Até o PDT de Osmar Dias, que tem candidato à Presidência da República, Cristovam Buarque, está estudando legalmente a possibilidade de estar ao lado de Alckmin. "Em nossa coligação a grande maioria apóia Geraldo Alckmin. Temos a intenção de estar no palanque, mas vamos ver a questão legal", disse o presidente do PDT no Paraná, Augustinho Zucchi.
O deputado federal e presidente estadual do PP, Dilceu Sperafico, que está na coligação de Osmar Dias, garantiu que estará no mesmo palco que o tucano. "O Osmar aceitou que apoiássemos o Alckmin, sem problema algum".
Já o candidato a governador pelo PPS, Rubens Bueno, distribuiu até material declarando apoio explícito ao tucano. Nacionalmente, os pepessistas oficializaram aliança com o PSDB e o PFL. Bueno, portanto, tem legitimidade para estar no palanque de Alckmin. "E vou fazer a crítica que tiver de fazer, seja quem estiver no palanque. Ter pessoas que só estarão lá por interesse momentâneo não me constrange."
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