A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) se manifestou nesta segunda-feira (28) sobre o fato de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter tirado as mãos de Sergio Moro o processo em que a ex-ministra da Casa Civil do governo Dilma é investigada. É o o primeiro fatiamento das investigações do esquema de corrupção da Petrobras, contrariando o Ministério Público Federal (MPF).
“Virei a vilã que deu causa ao chamado fatiamento. Até agora não fui judicialmente comunicada do que me acusam, sequer tive acesso a todas as partes do processo remetido ao Supremo”, escreveu a petista, em artigo encaminha à imprensa. “Por que foi remetido ao Supremo? Porque meu nome foi citado e eu sou senadora. Nossa constituição determina que detentores de mandatos têm foro diferenciado. Acho isso errado, mas até agora não conseguimos mudar a regra, apesar de projetos que tramitam no Congresso”, acrescentou.
O inquérito apura envolvimento de operadores de desvio de dinheiro da Petrobras em fraudes no Ministério do Planejamento. Os ministros entenderam que não há ligação direta com o esquema na estatal. Na investigação, foram encontrados indícios contra a senadora Gleisi Hoffmann e, por isso, o caso chegou ao STF.
Leia o artigo de Gleisi Hoffmann na íntegra
Leia a matéria completaOs ministros decidiram encaminhar as provas contra Gleisi para a relatoria do ministro Dias Toffoli e determinado o desmembramento do processo, ou seja, enviando a investigação dos demais envolvidos para a Justiça de São Paulo, onde aconteceu o crime, e não mais do Paraná.
A senadora, no entanto, ainda continua sendo investigada no STF também pela Operação Lava Jato em outro inquérito que analisa sua suposta participação nos desvios da estatal. “Isso tudo tem sido uma tortura. Não tenho o mesmo espaço midiático que é usado para avaliar, julgar e condenar, para expor a minha versão dos fatos. Sou considerada culpada, inclusive pela decisão do Supremo de distribuir a apuração e processamento do caso para outros procuradores e juízes”, afirmou a senadora.
O caso
A investigação é sobre suposto repasse de dinheiro da Consist Software para pagamento de despesas da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e do ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo (PT-PR), marido de Gleisi, entre outros. A senadora e o ex-ministro negam todas as denúncias de irregularidades.
A Polícia Federal suspeita que a Consist pagou, de 2010 até agora, R$ 50 milhões em propina em troca de um contrato de gerenciamento de crédito consignado em folha de servidores públicos firmado no âmbito do Ministério do Planejamento.
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